Ouvimos: Egg Girl Girl – “Roomers”

RESENHA: Egg Girl Girl estreia com Roomers: no-wave crua, pós-punk sem guitarras, humor ácido e energia caótica em faixas velozes.

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A nova loucura do rock que você tem que conhecer é essa banda. O Egg Girl Girl é um grupo punk de mulheres, com som referenciado em grupos como DNA e Raincoats – ou seja: o lance aqui é no wave e o pós-punk do comecinho, embora elas também se definam como “new wave e no wave”. Todas as integrantes cantam, e o som se resume a baixo, bateria e um teclado que mais parece um sinalizador ou um ruído de transmissão. Não há guitarras (ou melhor, “não são permitidas guitarras”, como elas dizem).

Roomers, o curtíssimo primeiro álbum do grupo, investe quase sempre numa noção de no wave que mistura poucos acordes, batidas rápidas, sons espaciais de araque e psicodelia de fundo de quintal. O disco abre com o rap zoeiro de E.G.G. intro e, na primeira metade, vai seguindo com os contracantos malucos de Applecore, a eletrônica podre de Rich inner world (nessa, o teclado lembra um relógio digital dos anos 1980), o pós-punk bem marcado de Arlo’s song. E também o punk gospel pervertido de Our lord and savior drinks Bud light limes and drives, cujo refrão fala num Jesus Cristo que manda bala no volante e sai cantando pneu pelas estradas.

Sons que lembram a rapidez e a pseudo-psicodelia do The Damned surgem aqui e ali, e a acidez de bandas como os Stooges toma conta de letras como as de NYC’s like a graveyard. Sem falar na vocação da banda para misturar no-wave e música de desenho animado, como no punk cartoon de Shimmy shimmy cocoa pop e DBT man (uma zoação com terapias comportamentais, em versos como “conversando com você em uma sala / por uma hora toda semana / e não é barato / são 30 dólares / leva anos para melhorar”).

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8,5
Gravadora: Bumpy
Lançamento: 30 de maio de 2025

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