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Doralyce lança quarto álbum, “Dassalu”, com manifesto que traz código de sobrevivência para pessoas negras
A cantora e compositora pernambucana Doralyce lançou na sexta (2) seu quarto álbum, Dassalu, com distribuição feita pelo selo Colmeia22 (criado pela própria Doralyce), por intermédio da Altafonte. O disco, que tem nove faixas, é um projeto multimídia que traz um manifesto, além de todas as músicas partituradas. Você pode conferir esse material extra no site da gravadora Colmeia22.
Segundo comunicado da gravadora e da cantora, Dassalu “é um manifesto criado como parte do ativismo de Doralyce, com o objetivo de estabelecer um código de sobrevivência para pessoas negras e incentivar as pessoas brancas a refletirem e modificarem seu comportamento”. A sonoridade do álbum abarca estilos musicais como afropop, pop latino, nova MPB, pagotrap, R&B, pop, hip hop, salsa e trapfunk, e entre as influências, estão o som pernambucano da época do manguebeat. As faixas do álbum têm homenagens a mulheres como Rosa Parks, Bell Hooks, Lélia Gonzales e Marielle Franco, além da utilização idioma iorubá em alguns momentos. A produção foi feita por Guilherme Kastrup (que produziu A mulher do fim do mundo, disco de Elza Soares), e o álbum tem participações como a de João Donato, na faixa Plexo solar.
“O meu disco tem uma influência house nagô, uma influência árabe, muçulmana. É um disco afro diaspórico, por isso as mensagens que esse disco traz vêm com uma ideologia e uma sonoridade de uma revolução afetuosa, afro centrada e feminista”, afirma a cantora. “Quando unimos o conceito (do disco) dentro de um ensaio manifesto, atravessamos a marginalidade do apagamento dessas ideias para manter acesa a esperança de que outras companheiras vão ler e se rebelar”, finaliza ela.