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“Don’t be a sucker”: um documentário americano anti-fascista de 1947
Don’t be a sucker (Não seja um otário) é um curta-metragem anti-fascista com duas datas redondas – foi produzido pelo Departamento de Guerra Norte-Americano em 1947 (dois anos após o fim da Segunda Guerra) e foi jogado no YouTube há dez anos. Tem grande importância para 2017, infelizmente. Visto agora, à luz dos recentes acontecimentos nos Estados Unidos e das denúncias de retóricas e nações racistas, tem MUITA utilidade. Está aí embaixo e tem legendas automáticas (ruins). E viralizou após o violento protesto de extrema-direita em Charlosttesville, no Estado da Virgínia, nos Estados Unidos, que deixou um morto e 19 feridos no fim de semana.
O filme começa mostrando o drama de um rapaz casado que sucumbe aos encantos de uma bela dama num boteco e acaba esmurrado e assaltado por ela e seu comparsa. Depois segue mostrando que no dia a dia dos Estados Unidos, as pessoas podem conviver juntas porque elas têm liberdade de voto, de expressão, de culto religioso. E diz que muita gente está tentando tirar essa liberdade dele.
Daí começa o discurso de um sujeito reclamando que é um “americano de verdade” e que está sendo passado para trás pelos imigrantes e pelos negros (“eles estão tirando empregos que poderiam pertencer a mim!”, reclama). E pede a saída de negros, imigrantes e católicos do país (“não teremos uma nação de verdade com eles aqui”). Depois elege os maçons como inimigos, o que provoca a ira de um sujeito que estava quase caindo no papo dele e reclama: “Peraí, o que ele tem contra os maçons? Eu sou um maçon! Ele está falando contra mim!”, “É essa a diferença, não é mesmo?”, responde a ele um sujeito – que depois dialoga com o primeiro, explicando que ali naõ existem “nós” e “outras pessoas”. São todos americanos. Básico, mas muita gente não sabe.
O tal sujeito, por sinal, é um ex-professor universitário, com sotaque alemão – que explica ao quase-nazi que no começo, achava que os nazistas fossem apenas loucos e fanáticos, quase inofensivos. O que na prática não se mostrou bem assim, como depois ficou público e notório. “Eles não eram fortes o suficiente para conquistar um país unificado, daí dividiram a Alemanha em grupos pequenos, usaram o preconceito como arma prática para dominar a nação. Claro que não foi fácil, eles tiveram que trabalhar duro para que isso acontecesse”, prossegue. “Seres humanos não nasceram com preconceitos. Os preconceitos foram feitos por nós, por pessoas que sempre estão querendo alguma coisa”. É o suficiente para a história chegar até a Alemanha dos anos 1930, no florescer do nazismo. Veja e compartilhe.