Crítica
Ouvimos: Do Prado – “Quantas vezes é possível se apaixonar?”
RESENHA: Do Prado estreia com indie pop abrasileirado e emanações de Caetano Veloso, Samuel Rosa e Chico César – uma mistura sonora que ele prefere não chamar de MPB.
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Vindo de Americana, no interior paulista, Do Prado não se considera um cara da “nova MPB” – aliás prefere nem usar o termo MPB para definir seu trabalho, preferindo classificar-se como um representante da MPA, Música Popular Alternativa. Do universo do hip hop, ele herdou uma certa tendência a usar detalhes sonoros quase como ambientações – e da música eletrônica, surgem as diferentes texturas que invadem vocais, beats e algumas intervenções instrumentais.
O clima de Quantas vezes é possível se apaixonar?, primeiro álbum de Do Prado, é de indie pop tranquilizado e abrasileirado, com emanações de Caetano Veloso, Samuel Rosa e Chico Cesar em faixas como Beijos e cartazes de cinema, Um dia de sol, Desde quando? e Canto. Que o som de Do Prado traz novidades, não resta dúvida: aqui e ali surgem batidas mais ligadas ao trap e vibrações próximas do pós-britpop, como no clima musical de Desejo e no romantismo de Pra não chorar.
Mais ligado a uma música pop brasileira do que à vetusta MPB, Do Prado evoca Djavan em Maior pecado, e parte para uma espécie de samba latino-americano em Perdido. De fato, uma MPB pop com laços musicais próprios, sempre falando de amor, liberdade e existência nas letras.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 8,5
Gravadora: + Um Hits
Lançamento: 24 de julho de 2025