Deep Cricket Night: psicodelia com partículas de synth pop

O Deep Cricket Night inclui em seu som um universo musical que vai dos anos 1960 aos 1980 – são influenciados pelo Pink Floyd, mas também pelo rock britânico da Factory e pelo começo do U2. Esses norte-americanos já não são uma banda nova: têm cinco discos gravados desde 2007 (o álbum mais recente, Song of the siren saved, saiu em 2023) e, no EP mais recente, Minds get flayed, fazem uma impressionante fusão de sons sintetizados e psicodélicos.

O EP tem Sudden summer, uma espécie de pós-punk enevoado, lembrando um pouco Echo and The Bunnymen, e duas versões da psicodélica Say come hither: um editada para rádio, com cinco minutos, e uma na íntegra, com esplendorosos oito minutos. A faixa tem um som que lembra tanto o Pink Floyd da era A saucerful of secrets (1968) quanto os Beatles de Revolver (1966), ou o Soft Machine dos primeiros tempos, ou garage bands dos anos 1960, só que num tom moderno. Nada mal para quem se afirma uma banda “que desafia a categorização fácil, misturando pós-punk, darkwave e indie psych em uma paisagem sonora tão única quanto seu nome”.

A banda é dada a conversas em tom bem lisérgico, definindo seus temas principais com a seguinte frase: “Quando o Vazio encarar você de volta, encontre seu olhar firmemente e nunca tenha medo de ter sua mente esfolada de vez em quando. A luz está logo ali na esquina”, e enxergando música como algo que vai além do entretenimento. “Somos uma banda independente que pretende ser uma força criativa no vasto mar da música incrível”, avisam Lance Drake (voz, teclados, programações), Greg MacAyel (baixo), Dave Buoscio (piano, teclados) e Michael Ressler (bateria).

Vale citar também o criatívíssimo clipe em animação de Say come hither, que mostra as aventuras psicodélicas de um grilo (cricket, sacaram?) pelas ruas e mares.

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