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Costinha para crianças (???) na Rede Manchete
“A Manchete só não usou o título Acredite se quiser porque ele já pertence a outro programa. Mas era mais adequado. Hoje, a partir das 18h, quando ela colocar no ar a estreia do Domingo de graça, o espectador estará diante de uma inusitada ficção científica: um programa humorístico estrelado por Costinha e dedicado ao público infanto-juvenil”, avisava a revista Domingo Programa do Jornal do Brasil de 25 de janeiro de 1987.
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Poucos anos depois da estreia do Domingo de graça (que ficou dois anos na grade da Manchete), a Globo também decidiria escalar o autor do impublicável disco O peru da festa para um papel no programa-para-toda-a-família Escolinha do Professor Raimundo. Mas em 1987 um sujeito como Costinha à frente de um programa infantil era a mais absoluta novidade. O ator que havia trabalhado em pornochanchadas como Costinha, o libertino (1973) e Histórias que nossas babás não contavam (1979) também nunca havia ficado à frente de um programa durante os vários anos que passou na Globo.
“Parece que naquele emissora, só vence quem é bonito. Como não sou um tipão, ficava com as pequenas participações”, reclamava Costinha da emissora para a qual voltaria. A Manchete, naquela época, já estava tentando cair fora da imagem de emissora elitizada dos primeiros anos e tentava adotar uma linha mais popular, com programas de auditórios, humorísticos quase no mesmo estilo dos do SBT etc. Nessa, lá foi Costinha para lá para…
Er, ele foi para lá fazer quase a mesma coisa que os programa de humor da Globo, do SBT e de todos os outros canais já faziam. Mas era uma fórmula que, diga-se da passagem, já dava bastante certo (entre adultos, vale informar). Havia quadros no estilo “a praça”, “a escolinha”, “o mendigo” e até a participação de José Loredo fazendo o personagem Zé Bonitinho. Para não assustar pais e anunciantes, Costinha dizia que o programa teria “um humor leve, com muitas caretas e risos”.
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O programa tinha ainda no elenco Suzane Carvalho, atriz que hoje é automobilista, jornalista e escritora. Num dos quadros, ela fazia uma bruxa chamada Feiticilda. “Eu apareço em cena com uma maquiagem tão pesada que ninguém vai me reconhecer como aquela modelo de fotos sensuais”, disse no mesmo Jornal do Brasil em 1986.
Aliás, se você nunca teve a oportunidade de conferir Costinha à frente de um programa infantil, o YouTube resolve seu problema.
https://www.youtube.com/watch?v=IqgPTg4DaIY