Cultura Pop

Concertos para a juventude… no sintetizador Moog

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Assim que o sintetizador Moog foi criado, ele foi abraçado não apenas pelo rock como também por… Bom, por um tipo de música que parecia estranha demais para ser levada a sério por críticos de música com o rei na barriga. Era o caso de álbuns excelentes como The Zodiac cosmic sounds, do músico (e gênio) Mort Garson (1967). E de Switched-on-Bach, de Wendy Carlos (1968), primeiro álbum de música clássica a ganhar um disco de platina.

Por intermédio desse disco, hoje em dia fora das plataformas digitais, o que mais teve foi gente conhecendo não apenas os sons de Bach como também as possibilidades de um novo teclado. Não custa lembrar, os fãs e pesquisadores de música clássica resistiam a achar o álbum de Wendy “sério”, no sentido mais comum da coisa. Viam o álbum menos como um disco clássico, e mais como um álbum de enfeite para subir nas paradas e vender cópias (ou um novelty record, como se dizia).

Bem, o susto de Wendy deu na turma que lidava com música clássica foi grande. Tanto que o maestro Leonard Bernstein, em 27 de abril de 1969, resolveu fazer uma demonstração do instrumento (com músicas de Bach, claro) durante um dos programas da sua série Young people’s concerts (opa, o Concertos para a juventude, da Globo, foi tirado disso aí).

Bernstein apresentou a série entre 1958 e 1972 e chamou o programa do Moog de Bach transmogrificado (quando uma coisa ganha a aparência de outra). O maestro cita Wendy Carlos e em seguida o lance vira uma espécie de número circense, com quatro sujeitos levando o teclado até o palco – o Moog era um trambolho enorme nessa época.

A plateia formada por famílias e crianças parece meio… Enfim, ninguém parece muito animado. Seja como for, é um número bem interessante, com peças de Bach soando como trilhas para videogame e bobinas de gravador rodando.

Ah sim, não foi a única atração “jovem” do programa naquela noite. O New York Rock & Roll Ensemble também subiu ao palco, tocou uma versão do Concerto de Brandenburgo e mostrou uma espécie de rock barroco caretão, com músicos de terno e casaca.

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