Crítica

Ouvimos: Cass McCombs – “Interior live oak”

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RESENHA: Cass McCombs mistura melancolia, slacker rock e folk dos anos 1960 em Interior live oak – disco no qual ele deixa baixar até um Frank Sinatra de leve.

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Muita gente anda comparando o novo disco do bardo country Cass McCombs com Frank Sinatra. Interior live oak tem canções que caberiam na voz do cantor, além de surpresas melódicas que têm a ver com os momentos mais doloridos de The Voice. Só que o Frank em questão é o sujeito desacreditado que aderiu ao chamber pop em discos como A man alone (1969) e o bizarro disco conceitual Watertown (1970) – uma melancolia estranhíssima que tem bem mais a ver com o clima das canções de Cass.

Interior live oak tem um lado slacker rock bem forte em faixas como o soul folk Priestess, a quase punk Asphodel e as loureedianas Home at last e A girl named Dogie, mas o que aparece na frente é a capacidade de Cass de criar belos riffs e de dar uma perspectiva clássica, vintage, ao que poderia ser apenas indie rock feito fora de tempo e espaço. Peace, Missionary bell e Miss Mabee têm muito disso, faixas sixties e misteriosas como Who removed the cellar door, também. A garageira e grudenta Juvenile une o lado de criador de grandes canções, e o lado despojado de Cass numa faixa só.

De imperfeito em Interior tem os sete minutos de Lola Montez danced the spider dance – se você não amar a música em dois tempos, vai cansar de ouvir “spider dance” sendo repetido quase como num loop. Já de 100% perfeito, tem muita coisa: especialmente Strawberry moon, que desenrola um folk que poderia se tornar uma faixa orquestral de primeiríssima. No final, o bom country-blues de garagem da faixa-título.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 9
Gravadora: Domino Recording Co.
Lançamento: 15 de agosto de 2025

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