Cinema

Carson Davidson: cinema no trem, na perfuração de granito, na fabricação de lâmpadas…

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O curta-metragem abaixo deu ao cineasta americano Carson Davidson (1924-2016) uma indicação ao Oscar – ele infelizmente não ganhou o prêmio. Fanático pela ferrovia elevada de Manhattan, Carson pegou emprestada uma câmera da empresa onde estava trabalhando, a Dynamic Films, e realizou em 1955 3rd Ave. El (nome pelo qual a ferrovia era conhecida).

O filminho narra uma história maluca que começa com um fotógrafo tentando pegar uma moeda que cai entre as ranhuras do piso do trem, sem sucesso. A moeda fica lá por um bom tempo. O curta acabou imortalizando a ferrovia elevada, que foi desativada naquele mesmo ano, 1955.

Naquele momento, com 39 anos, Carson tinha passado alguns anos na Segunda Guerra Mundial, mais alguns anos estudando, e tinha chegado a Nova York (era natural de Washington, DC) para fazer cinema. Para se sustentar, trabalhou numa cafeteria. O 3rd Ave. El foi recusado por todos os distribuidores e acabou nas mãos de um russo que era dono do Paris Theater de Manhattan, e que pôs grana na produção. Com o tempo, Carson foi fazendo outros filmes, alguns na área da publicidade. Também escreveu livros infantis e trabalhou como editor de textos médicos.

Essa maluquice surrealista aí é Help, my snowman’s burning down, dirigido por Carson em 1964. Também recebeu nominação do Oscar (e também não ganhou o prêmio). Em compensação, Carson não ficou de mãos abanando no Festival de Cannes: recebeu o Prêmio Especial de Curta-Metragem.

Em 1977, ele fez 100 watts, 100 volts, curta que dá um tratamento quase de balé (a trilha sonora é o Terceiro Concerto de Brandenburgo de Bach) à fabricação de lâmpadas (!). Foi tudo feito na fábrica da empresa Duro-Test.

Já isso aí são as maravilhas de se observar 25 toneladas de granitos sendo queimadas e perfuradas. É Granite, filminho de 1980.

Via Academic Film Archive of North America

 

 

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