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Lembra daquela vez em que o Black Sabbath fez rap com Ice-T?

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Os fãs do Black Sabbath podiam respirar mais ou menos aliviados em 1994, já que a banda parecia finalmente ter se acertado com o vocalista Tony Martin. O grupo lançava um disco bem interessante, Cross purposes, e vinha ao Brasil como parte integrante do festival Philips Monsters Of Rock.

O show em São Paulo (único da banda por aqui, na época), aconteceu em 27 de agosto daquele ano e dava um mimo aos fãs: a presença na cozinha do Black Sabbath de ninguém menos que o baterista da fase áurea do grupo, Bill Ward, em substituição a Bobby Rondinelli, que gravara Cross purposes. Olha a apresentação aí embaixo.

Agora corta para 1995, ano em que o Black Sabbath lançou um de seus discos mais estranhos, Forbidden. Geezer Butler, baixista e fundador, tinha deixado o Sabbath por ter ficado chateado com Cross purposes e montou o projeto GZR. Mesmo tendo gente como Cozy Powell (bateria) e Neil Murray (baixo) na formação, o Sabbath – completado pelo líder Tony Iommi (guitarra), por Geoff Nicholls (teclados) e por, claro, Tony Martin (vocal) – conseguiu realizar um álbum que crítica e público consideram o pior da banda. E que os músicos da formação da época costumam variar entre falar que é “muito ruim” e “não é tão ruim assim”.

Para afastar a zica ligada ao disco, Tony Iommi está trabalhando desde o ano passado num remaster de Forbidden. A ideia é ressaltar as qualidades do álbum – que, vá lá, são muitas. “Eu sei que Cozy (Powell) nunca ficou feliz com seu som de bateria, e nenhum de nós estava realmente feliz com o som daquele álbum. Então espero que agora tudo soe melhor”, chegou a afirmar Iommi. Martin. por sua vez, confessou que chegou a chamar o disco de “porcaria”, mas admitiu que as músicas funcionaram bem nos ensaios e o material soava bom. Só que, na mesma época, já começaram a circular rumores de uma reunião dos músicos da formação clássica do Black Sabbath com Ozzy Osbourne, que deixaram uma pulga enorme atrás da orelha do vocalista (e a tal reunião, de fato, aconteceria em breve).

Metaaaaal!: Ice-T cabeludão em 1989

Na época, Martin chegou a apelidar o disco de “Rap Sabbath”. Tudo porque a gravadora IRS teve a ideia inicial de produzir uma espécie de reedição do encontro do Run DMC com o Aerosmith no disco novo do Sabbath. E tanto tentaram que conseguiram: o selo sugeriu que a banda tivesse uma participação do rapper Ice-T no disco.

Olha aí The illusion of power, a contribuição ame-ou-odeie do rapper, cantor e ator (da série Law and order) Ice-T.

Além de fazer um rap de dezesseis segundos na canção, Ice-T acabou levando ninguém menos que seu colega no grupo de heavy metal Body Count, o guitarrista Ernie C., para produzir o disco. Martin deu uma entrevista certa vez falando que curtiu o trabalho com Ice T – até por não se tratar de um rap “comum” – e com Ernie. Só que no começo complicou um pouco.

“Não sabíamos o que Ice-T ia cantar… Na verdade, ele não sabia o que nós íamos escrever, e nós não sabíamos o que ele ia fazer rap! Então foi meio rap pelo correio, se você quiser pode chamar assim. Nós fizemos as músicas no Reino Unido, mandamos uma delas para ele, ele participou e mandou de volta. Ficou muito bom”, contou aqui.

Já Cozy Powell, no mesmo papo, afirmou que apesar da exigência da gravadora de que Ice e Ernie estivessem em Forbidden, o que mais interessava à banda era que os dois tinham sido influenciados pelo Black Sabbath, e não a possibilidade de fazer um disco de rap. Seja como for, o próprio Iommi já declarou em entrevistas – dadas bem próximo do lançamento de Forbidden, por sinal – que não ficou satisfeito com o resultado do disco, até porque a banda não permaneceu unida durante a gravação, nem participou do resultado final.

Aliás, aproveita e pega aí Ice-T revelando que o Black Sabbath foi, de fato, uma grande influência para que ele montasse o Body Count. Cross purposes e Forbidden estão, só para registro, fora dos serviços de streaming.

 

 

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