Cultura Pop
Beastie Boys invadiram hotel e jogaram água em crítico musical
Na época em que os Beastie Boys eram uma banda de hip hop bem inconsequente – e mais chegada a brincadeiras bem selvagens – quem sofreu na mão deles foi um dos principais críticos musicais dos Estados Unidos. Chuck Eddy, que passou por publicações como Rolling Stone, Spin, Entertainment Weekly e outras, tinha ido entrevistar o grupo para a revista Creem, quando os Beastie Boys estavam surfando uma onda maneira por causa do primeiro disco, Licensed to ill (1986). O disco desse hit aí.
O tal papo de Eddy com os BB ocorreu no comecinho de 1987, em Los Angeles. E pelas lembranças do jornalista, deve ter sido a primeira entrevista do grupo para uma publicação de circulação nacional. “Depois de uma discussão divertida durante a qual eles agiram como Bob Dylan sendo entrevistado pela revista Time em Don’t look back – minha atuação foi exatamente da mesma maneira – eles fizeram sua aparição arrogante no The Joan Rivers’ Show. Eu tinha me retirado para o meu quarto de hotel para que eu pudesse pegar um voo de volta para Detroit pela manhã”, contou Eddy ao site The Vinyl District.
O que Eddy não esperava era que os Beastie Boys resolvessem pedir a chave de seu quarto no Hotel Le Parc, dizendo que ele fazia parte da equipe da banda. Não só isso: eles resolveram invadir o quarto do jornalista e jogaram um balde d’água na cabeça dele, que estava dormindo na ocasião. Eddy ficou mais calmo do que a situação pedia: pôs cadeiras na porta para impedir uma nova invasão e dormiu no lado seco da cama. E esqueceu a história.
O que Eddy TAMBÉM não esperava era que os Beastie Boys lançassem uma versão em VHS de Licensed to ill em que uma das atrações principais era… o grupo invadindo seu quarto no hotel e jogando água nele. Sim, a banda tinha filmado tudo e o jornalista tinha virado uma das maiores atrações das videolocadoras naquele momento.
A história quase toda, além do texto original de Eddy, está aqui. O jornalista já havia até esquecido do assunto quando reconheceu sua cara sendo regada pela banda na TV, mas aí complicou: ele processou a banda, a área de vídeo da gravadora CBS, o selo Def Jam, o hotel e todos os envolvidos. Pediu logo 500 mi dólares (resta saber se conseguiu). Eddy aparentemente não tem mágoas da história: gostava da banda na época, eventualmente fala sobre o assunto e contribui para matérias sobre o grupo. “Mais tarde, eles se converteram ao budismo tibetano ou algo assim e lançaram vários álbuns que não eram tão bons quanto o primeiro”, esclareceu.