Crítica
Ouvimos: Bahsi – “Castle”
RESENHA: Bahsi lança Castle, disco caseiro que mistura bedroom pop, folk e britpop com ecos psicodélicos e delicadeza sessentista.
- Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.
- E assine a newsletter do Pop Fantasma para receber todos os nossos posts por e-mail e não perder nada.
Com inspirações assumidas em artistas como Alex G. e Neutral Milk Hotel, o piracicabano Bahsi gravou seu terceiro disco, Castle, em seu estúdio caseiro. A ideia foi explorar vibes ligadas ao pop-de-quarto e ao lo-fi, mas Castle acaba assumindo um lado pop e elaborado que pedia uma produção até mais detalhada e focada.
Faixas como Storm, Noisy kid e Moonstone, por exemplo, escapam da atual obsessão das bandas nacionais por distorções e paredões de guitarra, e investem num clima beatle, quase sempre entre o folk e o britpop, com sons de cordas (samples?) e melodias cantaroláveis e bem compostas. Grim reaper é som psicodélico e com batida sessentista, com algo de indianista na melodia e no arranjo.
Há um lado punk forte no disco, no quase emo We should start a band, e nas emanações de bandas como Weezer e Replacements que surgem em Storm. Mas Castle é um disco essencialmente delicado e herdeiro dos climas britânicos e sessentistas do rock. Na faixa-título, além da vibe beatle comum a outras músicas do disco, há lembranças da fase inicial e tristonha dos Bee Gees. Já Keep up é o lado power pop do álbum.
Pode ser que Bahsi sinta necessidade de chegar a um público maior num próximo disco. Aliás, o som de Castle indica que sua música pode ir além do bedroom pop.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 8,5
Gravadora: Lazy Friendzzz
Lançamento: 2 de setembro de 2025.