Lançamentos
Atox: punk, ska e relatos de tempos recentes do Brasil em novo disco
Caminhando entre o street punk e o ska (e abrindo os trabalhos com um solo de baixo bacana em Mad Max), a banda carioca Atox lança seu quarto álbum, Não será como antes. Como tem sido comum no rock, no pop e até na MPB, trata-se de um trabalho surgido quase como um relato dos tempos de pandemia, já que o disco demorou dois anos para ser feito e reflete os sentimentos que vieram desse período.
“Na época em que começamos a trabalhá-lo, estávamos numa situação recente de um golpe aplicado na política e tentávamos trabalhar a identidade da banda. Logo depois, veio a COVID-19, então terminamos o disco e trouxemos os sentimentos envolvidos durante esse processo que o Brasil viveu e como isso refletiu nas ruas e nas relações sociais”, conta o vocalista e guitarrista Joaquim Roma, que divide a banda com Thiago Faria (baixo), Pablo Pecky (guitarra) e Kaio Maeno (bateria).
O disco, curto (são 26 minutos), traz músicas como De onde eu venho, Tempos difíceis, Capitão Gancho. O material foi produzido pela banda ao lado de Victor Leví, que assina os álbuns da Atox desde 2013. Uma das faixas, Os punks se divertem, vai lá atrás, nos primeiros anos da banda, formada em 2009.
“É uma música de ‘sarjeta’, que fala sobre os prós e os contras de escolher uma vida vinculada ao punk, aos caminhos alternativos de sustento, e de procurar felicidade e encontrar-se consigo mesmo em um estilo que não é bem aceito pelo público em geral ou pelo ‘sistema'”, revela. Já o ska punk A ingratidão II tem boa melodia e o verso “quando tocou minha preferida dos Ramones/e ela não balançou seu coração”, mostrando uma das referências do grupo.
Foto: Divulgação