Crítica
Ouvimos: Ator Carioca – “Nada a esconder”
RESENHA: Ator Carioca estreia com Nada a esconder, disco de MPB indie-rock com pós-punk, math rock e ecos de Gil, Titãs e Arctic Monkeys.
Com uma filiação “carioca” séria, tanto no nome quanto na sonoridade, a banda Ator Carioca vem, na verdade, do Maranhão. E se dedica, em seu disco de estreia Nada a esconder, a uma MPB solar, ainda que as letras sobre dúvidas existenciais dominem o álbum – e ainda que estilos como pós-punk e math rock apareçam volta e meia como referências para os arranjos.
O duo de Hugo Rangel e Orlando Ezom – acompanhados por um time de músicos – também remete bastante a nomes como Luiz Melodia, Titãs, Beto Guedes e Gilberto Gil, mas sempre com uma pegada indie-rocker, que soa assemelhada também a bandas como Arctic Monkeys em faixas como Nada a esconder, Outra vez, Praia de Boa Viagem (com boas guitarras que lembram a produção de Beto e Lô Borges nos anos 1970/1980) e Novo de novo.
Matéria escura e O sonho do aviador são pós-punk emepebístico e adulto, Baby do coração de carpete manda bala na fusão blues-samba-rock e faixas como Balanço do dia e A dor é a graça chegam mais próximo de um pop adulto, referenciado tanto em Nando Reis quanto em seu ex-grupo Titãs. No final, a surpresa é o instrumental Ao mestre Lincoln, que homenageia Lincoln Olivetti e Robson Jorge com metais, referências de jazz e boogie, e violão solado e cantado, como Robson, influenciadíssimo por George Benson, costumava fazer.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 8,5
Gravadora: Brisa Records
Lançamento: 11 de maio de 2025.
- Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.