Cultura Pop
Anita Lane em carreira solo
Namorada de Nick Cave no começo da carreira dele, e colaboradora em várias canções de The Birthday Party (primeira banda de Nick) e Bad Seeds, Anita Lane teve uma morte tão misteriosa quanto sua própria historia pessoal, cheia de informações desencontradas. Nem sua data exata de nascimento é encontrada na internet. Mas supõe-se que ela tenha nascido em 1960. Ela morreu há alguns dias de causas ainda não reveladas. O dia do óbito também não chegou à mídia ainda.
Anita foi integrante das duas bandas e fez parcerias com Nick como The dead song e From her to eternity. Com o tempo, ela não apenas saiu dois grupos, mas também seu namoro com Nick terminou. Mas as parcerias com o cantor continuaram. Aliás, ela chegou a colaborar com vocais em trabalhos de Nick Cave & The Bad Seeds como a trilha do filme australiano Ghosts… of the civil dead (1988, com roteiro parcialmente escrito por Nick) e o disco Murder ballads (1996).
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Ela teve também uma carreira solo, com discos próprios. E que, inclusive, foi feita em bases quase tão misteriosas quanto as informações sobre sua vida íntima. O primeiro disco, Dirty pearl, saiu em 1993 pela Mute. Mas era na real uma quase-coletânea dos trabalhos de Anita que vinham sendo realizados e gravados desde 1982.
No álbum, tudo aparecia em ordem não-cronológica, da música mais a nova até a mais antiga. Havia também trabalhos que Anita fizeram com Einstürzende Neubauten (Blume) e Birthday Party (The fullness of his coming). Boa parte do material foi co-escrito com Mick Harvey, guitarrista dos Bad Seeds.
O material ainda trazia as canções do EP Dirty sings, lançado igualmente pela Mute em 1988, e que apresentava algumas das gravações mais antigas do disco. Dirty pearl teve clipes: Jesus almost got me e The world’s a girl. O disco não chegou a vender muito. Segundo a Rolling Stone, Anita tinha uma abordagem bastante peculiar de como desenvolver sua carreira. Aliás, chegou a dizer isso a Daniel Miller, chefe do selo Mute. “Eu não queria ficar em um pedestal no disco, queria falar com outras garotas. Eu meio que queria glorificar a insegurança, em vez de parecer ser uma pessoa confiante e bem-sucedida”, disse.
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Só em 2001 sairia o segundo disco de Anita Lane, Sex o’clock, que ganhou uma resenha meio ácida do site PopMatters, falando sobre seu estilo de canto quase falado. O disco trazia releituras de canções como These boots are made for walkin’, de Lee Hazlewood, e Home is where the hatred is, de Gil Scott-Heron.