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Angelo Badalamenti mostra como compôs o tema de Laura Palmer (Twin Peaks)

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Tá a fim de conferir em que instrumento musical o recém ido e já saudoso Angelo Badalamenti fez o tema de Laura Palmer na série Twin Peaks? E saber em que condições a música foi feita?

Ele mesmo te explica no vídeo acima (infelizmente em inglês, sem legendas), tirado do documentário de 2007 Secrets from another place: Creating Twin Peaks. Angelo usou um velho piano Fender Rhodes para compor a faixa, ao lado do diretor David Lynch, que estava à sua direita. O compositor posicionou um velho gravador de fita cassete em cima do piano e, enquanto compunha, voltava-se para Lynch a cada momento para perguntar o que ele estava achando da música. Lynch não deixava por menos e pedia ao compositor para imaginar cenas.

“Ok, Angelo, estamos na floresta escura agora. E há um vento suave soprando entre algumas árvores. E há uma lua lá fora e alguns sons de animais ao fundo, e você pode ouvir o piar de uma coruja”, dizia o cineasta. As notas começaram a sair (partindo de um dó sombrio que foi subindo) enquanto Lynch, parecendo uma mistura de produtor musical, cineasta e professor de ginástica, fazia suas observações.

“Ok, Angelo, that’s great! É um bom mood, mas você pode tocar isso bem mais devagar!”, dizia. “Devagar? Ok. Então vamos lá”, disse o pianista, já fazendo a música chegar perto da forma que todo mundo conhece. “É um bom tempo, apenas vá fazendo devagar como está fazendo”, recomendou Lynch. “Ele estava visualizando as descrições que ele havia criado”, conta Angelo.

“Ok, Angelo, agora nós vamos fazer uma mudança”, prosseguia Lynch. “Porque lá de trás da floresta,  aparece uma garota muito solitária chamada Laura Palmer, e ela está verdadeiramente triste. Faça algo que mostre seus sentimentos”. A música prosseguia e o diretor, segundo o compositor, dizia: “É muito bonito, posso ver, ela caminha em direção à câmera, está se aproximando”.

No final, você tem que ter um coração de pedra para não se emocionar com Angelo mostrando como ele e Lynch chegaram ao clímax da música e com o diretor exultava com o som que o compositor tocava no piano. “Angelo, isso está partindo meu coração!”. Depois, a personagem começava a se “afastar” e Lynch recomendava ao compositor que voltasse para a floresta escura. Ele voltou. “Angelo, não mude mais nada. Isso é Twin Peaks. Eu vi Twin Peaks aí!”, alegrou-se Lynch.

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