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Amaro Mann: beats jamaicanos e “paisagens mentais”

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Músico de bandas como Mar di Fuego, Cabruêra e Burro Morto, Leo Marinho aproveitou a pandemia e o isolamento para criar um projeto experimental que trouxesse certo alento – não apenas a quem ouvisse, mas a ele próprio. Adotou  o pseudônimo Amaro Mann e pôs nas plataformas Refúgio, EP voltado a beats eletrônicos e jamaicanos.

“A proposta do disco é criar ‘paisagens mentais’, digamos assim, relaxantes, suaves. O EP foi composto e produzido nesse período terrível de pandemia, tempos de tensão, ansiedade e luto… Então minha intenção foi, de alguma forma, contrapor esses sentimentos e servir como válvula de escape”, conta Leo, chamando a atenção também para o fato de músicos estarem tendo que se virar bastante na pandemia, procurando editais e novas formas de vender seus trabalhos. “Para mim, Refúgio representa a resiliência da categoria, é entrega, é amor, tranquilidade, paz e espiritualidade”.

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O EP de Amaro/Leo tem quatro faixas. A cura, a primeira, já ganhou clipe, gravado em sua casa. “Fizemos a captação usando dois smartphones, um fixo e outro móvel, em um estabilizador, pela minha companheira, que também elaborou o cenário”, conta ele, que depois mandou o resultado para o amigo videomaker Rieg editar e acrescentar texturas. Coisa boa dub é a versão dub (como diz o nome) do single que Leo fez com o amigo Zé Caxangá, criador do selo Coletivo Records e guitarrista de Luisa e Os Alquimistas. As outras são Mergulho em La Herradura e Tarde em Macaco Beach.

No disco, Leo tocou todos os instrumentos (guitarras, baixo, sintetizadores e até escaletas), mixou e sequenciou baterias e percussões. Terceirizou só a masterização, feita por Adriano Leão, do estúdio Casa do Kaos, lá mesmo em João Pessoa. Após vários anos em bandas, é o primeiro projeto solo do músico, e ele conta que a ideia surgiu justamente pela vontade de explorar caminhos diferentes do que já fazia com colegas e amigos.

“Eu já era apaixonado por música jamaicana, colecionava discos de reggae e dub, mas não conseguia fazer algo assim diretamente com as bandas em que eu tocava. Então resolvi desenvolver um projeto em que eu pudesse criar músicas dentro desse vasto universo da música jamaicana e também pudesse tomar conta do processo criativo como um todo, desde a composição até a mixagem”, diz Leo, que andou fazendo diversas coisas durante a pandemia. “Produzi os três EPs do Mar di Fuego, projeto da cantora Maria Ferraz. Fiz também alguns beats para os rappers MC Rasmi e Kyrie, de São Paulo, ainda não lançados, e produzi algumas músicas com o cantor Wil Cor, carioca que reside aqui em João Pessoa, além de um remix inédito de um som do parceiro Rieg”.

Foto: Alessandro Potter

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