Cultura Pop

Afri-Cola: música bizarra em disco

Published

on

Os comerciais da marca alemã de refrigerantes Afri-Cola já foram assunto aqui no POP FANTASMA. Enfim, é a série de reclames televisivos mais louca que você vai ver na vida. Um universo perturbador e experimental ao extremo, com direção e música de um sujeito chamado Charles Wilp, e que foi ao ar em 1968.

Designer e criador excêntrico, Wilp uniu sua mania por foguetes e aventuras espaciais à vontade de chocar e de trazer algo diferente para o esquema de comerciais. Inspirado na Câmara Cryo (onde foguetes são inspecionados em temperaturas abaixo de zero) que viu no Centro Espacial Marshall em Huntsville, Alabama, criou um mundo psicodélico e gelado. Nos comerciais, mulheres dançam alucinadamente, homens aparecem nus (mas cobertos onde era necessário) e freiras parecem estar no meio de viagens psicodélicas. Tudo por causa da Afri-Cola.

>>> Veja também no POP FANTASMA: Lou Reed, Devo, Grace Jones e Miles Davis (!) fazendo comercial da Honda

Wilp foi maluco o suficiente para jogar os manuais no lixo e decidir fazer o contrário do que qualquer pesquisa de marketing diria que é para fazer. “Fiz o oposto. Fotografei Afri-Cola com freiras e relacionei isso com intoxicação. Eu não levei um homem com duas meninas, o que seria comum. Mas uma menina com dois homens”, afirmou.

Acompanhando o pacote nos comerciais, um slogan que vendia a bebida como “super-sexy-mini-flower-pop-op-cola”. E, aliás, a embalava para a geração flower power. Por sinal, na época em que a Pepsi, associada a eventos de música desde sempre, brigava pela dianteira da preferência do público ligado ao mundo pop.

A trilha sonora, que quase foi parar nas mãos da banda The Monks, acabou saindo das mãos do próprio Wilp. Mas fez sucesso a ponto daquela maluquice com 48 instrumentos de cordas, dois oboés, duas harpas e quatro tímpanos (opa, tem gente que ouve também um theremin rolando por lá) ter saído em single na Alemanha. Esse single, por sinal, alguém jogou no YouTube.

>> Veja também no POP FANTASMA: Quando o tênis Montreal parodiou o filme Hair num comercial

O single saiu com duas versões de capa: uma com o Charles regendo e uma das modelos do comercial na contracapa. E outra com a modelo na capa e na contracapa. Tem até no Discogs e é caro (cerca de R$ 650 reais).

Trending

Sair da versão mobile