Connect with us

Cultura Pop

Várias coisas que você já sabia sobre End Of The Century, disco dos Ramones

Published

on

Várias coisas que você já sabia sobre End Of The Century, disco dos Ramones

Em 1980, os Ramones não eram mais novidade. Joey (voz), Johnny (guitarra), Dee Dee (baixo) e Marky Ramone (bateria) tinham gravado quatro discos, perdido a chance de se tornar a maior banda punk do mundo (Rocket to Russia, de 1977, foi atropelado em prestígio e vendagens por Never mind the bollocks, estreia dos Sex Pistols) e precisavam passar a vender discos.

Nem todo mundo na banda acreditava tanto assim no sucesso (o baixista Dee Dee Ramone sempre achou que o grupo fosse condenado ao fracasso), mas o grupo resolveu fazer uma tentativa convidando o produtor Phil Spector para cuidar do quinto disco, End of the century, lançado em 4 de fevereiro de 1980. E que acaba de fazer 40 anos.

TÁ FODA. Um ano antes do lançamento de End of the century, em fevereiro de 1979, Joey Ramone era a imagem do desencanto, durante uma entrevista à Rolling Stone. “Estou cansado de não vender discos”, queixou-se num papo de camarim com o jornalista Timothy White. “Quero atrair mais pessoas aos shows. Se o novo álbum não for um sucesso, me mato”.

JÁ TAVA ROLANDO. O jornalista Roy Carr garantiu em entrevistas que Phil já andava interessado nos Ramones em 1977, na época de Rocket to Russia. O produtor era fã da voz de Joey Ramone e a achava parecida com o a do astro pop ítalo-americano Dion DiMucci. Após cada disco lançado (e já sabendo que a banda tinha vendagens pífias), costumava ligar para a banda fazendo ofertas.

SELO. A ideia de Phil era que o grupo saísse da Sire e fosse para seu selo, com Roy empresariando o grupo. A banda nunca aceitou. Mas topou ser produzida por ele.

DIFÍCIL. Phil, hoje todo mundo sabe, sempre curtiu armas. Só que além do passatempo perigoso, o produtor costumava ir armado para o estúdio, além de levar guarda-costas. Apontou armas para John Lennon na gravação do disco Rock’n roll (1975) e para Leonard Cohen enquanto produzia Death of a ladies man (1977). “Havia muitas armas no estúdio e muita bebida, uma atmosfera um tanto perigosa. Ele também tinha guarda-costas fortemente armados. Ele gostava de armas – eu também gostava, mas geralmente não carrego uma, e é difícil ignorar uma 0,45 no console. Quando eu estava trabalhando com ele sozinho, era muito agradável, mas quanto mais pessoas na sala, mais selvagem Phil ficava”, chegou a lembrar Cohen.

TERRITÓRIO DO CHEFE. Os Ramones começaram a gravar End of the century no estúdio Gold Star, quartel-general de Phil desde os anos 1960 e local onde ele desenvolveu o Wall Of Sound (enfim, a “parede” de overdubs que usava em suas canções). Tem quem lembre que Joey Ramone quase desmaiou quando descobriu que o Who gravou I can see for miles lá. Os Beach Boys também conceberam Pet sounds no estúdio.

EITA. Phil, na real, reservou três estúdios para gravar o disco. E em busca de um enorme perfeccionismo, botou os Ramones para repetir as músicas do álbum inúmeras vezes. Ed Stasium anotou que This ain’t Havana foi repetida 300 vezes.

TÁ OUVINDO? Phil gostava de som alto. Bom, alto é apelido: ele mandava botar o volume da sala de controle em 130 decibéis e só se comunicava com o técnico de som, oi mitológico Larry Levine, por gestos. Isso causou estados que iam da irritação à paranoia em quase todo o mundo durante as gravações.

NINGUÉM TAVA OUVINDO. “O Phil tocava as gravações em um volume tão ridiculamente alto que ninguém podia dizer nada. Ele tinha um jeito de conversar com o Larry em que ele batia o pé no chão, pulava para cima e para baixo e tinha essa estranha linguagem de sinais. Se ele quisesse mais reverb em alguma coisa, ele passava a língua na mão. Ele ficava cuspindo no console, xingando e gritando. Então ele ia ao banheiro e voltava uma pessoa completamente diferente”, contou o diretor musical do disco e uma espécie de intermediador entre Phil e a banda, Ed Stasium, no livro Na estrada com os Ramones, de Monte Melnick e Frank Meyer.

O MESMO ACORDE. Com a ideia de conceber uma abertura apoteótica a la A hard day’s night (Beatles) para Rock´n roll high school, Phil Spector fez exatamente aquilo que você já ouviu falar: botou Johnny Ramone para tocar o acorde inicial da música por oito horas. “Ninguém mais ouvia a diferença”, reclamou o guitarrista, que quase deixou o grupo. Ed Stasium negou e disse que nunca houve isso das oito horas. “O Johnny fez parecer como se tivesse ficado lá por oito horas, mas provavelmente foram umas duas horas. Mas era um tempo interminável para fazer um acorde”, contou no livro Na estrada com os Ramones, de Monte Melnick e Frank Meyer.

ARMAS. Diz a lenda que Phil também apontou um revólver para Dee Dee Ramone. E mandou a banda ir para a sala de piano do estúdio – depois obrigou todos a ouvirem o produtor tocando Baby I love you até 4h da manhã. Marky diz que nunca viu essa cena.

NEM TANTO. Havia vozes discordantes na banda sobre se Phil era uma presença benéfica ou não. Dee Dee e Johnny brigaram muito com ele, e o guitarrista detestou End of the century. Marky curtia sair com o produtor e seus seguranças à noite para beber e Joey o idolatrava – mas já estava cansado das bebedeiras do produtor, além das loucuras que vinham depois.

NA TV. O verso “hanging out on 100B, watching Get smart on TV” de Danny says é uma das lembranças de Joey Ramone de quando dividia o quarto com o gerente de turnê dos Ramones, Arturo Vega. “100B era o nosso quarto, às vezes dividíamos o quarto”, lembrou no livro Hey ho, let’s go, a história dos Ramones, de Everett True. Get smart, por sua vez, era a boa e velha série Agente 86, que os dois assistiam.

HOMENAGEM. A música era uma dupla homenagem: a Danny Fields, primeiro empresário da banda, e a Lou Reed (autor de canções como Caroline says e Lisa says). Danny, junto com Linda Stein, ficaria com o grupo até a época de End of the century e foram trocados pelo agressivo Gary Kurfirst. Danny limitou-se a declarar que entendia o fato da banda ter trocado o time, já que nunca hyaviam vendido discos.

“CHINESE ROCK”. Gravada em End of the century, essa música era uma parceria de Dee Dee Ramone com Richard Hell, na época em que o cantor fazia parte dos Heartbreakers, banda liderada por Johnny Thunders (ex-New York Dolls). Chegou a rolar uma controvérsia sobre se Hell contribuiu mesmo para a música, embora seja aceito que Dee Dee tenha composto quase toda a canção e o parceiro tenha colocado apenas uma frase. A música, que falava sobre o vício em heroína, já tinha até ganhado uma versão dos Heartbreakens na estreia L.A.M.F (1977), gravada depois que Richard Hell já havia saído do grupo – só que o nome era Chinese rocks, com um “s” no final.

 

REAPROVEITAMENTO. End of the century tinha The return of Jack and Judy, que reaproveitava os personagens de Judy is a punk. Para essa música, Phil convidou um grupo de batedores de palmas (!) para marcar o ritmo. Marky Ramone achou a ideia cafona.

“BABY I LOVE YOU”. O hit das Ronettes, regravado pelos Ramones, virou uma das faixas mais reconhecíveis de End of the century. Para desespero da banda, que detestou ser associada à faixa. E só para piorar, a versão entrou no Top 10 da Inglaterra e abriu espaço para os Ramones em vários países da Europa. O grupo foi, constrangidíssimo, dublar a faixa no Top of the pops.

QUASE NINGUÉM. Baby I love you só teve participação de um integrante dos Ramones: Joey Ramone. Phil não convocou nenhum outro ramone e botou sua velha turma de músicos para tocar: Jim Keltner na bateria, Barry Goldberg nos teclados, entre outros membros do chamado Wrecking Crew.

TÔ LIGADO. Dee Dee Ramone, viciadíssimo em heroína na época, diz que não faz ideia de quem tocou baixo no disco, nem sequer se recorda de ter participado. Marky garante que o ex-colega esteve lá, sim. “Minha memória é boa”, assevera.

CAPA. A foto de End of the century foi clicada por Mick Rock (que deu a ideia das roupas coloridas) e não deixou todo mundo da banda feliz. Johnny Ramone odiou que, pela primeira vez, a banda aparecesse numa capa de disco sem casacos de couro.

DUZENTOS MIL DÓLARES. Foi o quanto custou o disco no fim de todo o trabalho. Phil Spector passou seis meses (!) remixando o álbum. Foi o disco mais caro da primeira fase da banda.

E TEVE “DO YOU REMEMBER ROCK´N ROLL RADIO?”. Se você desconhecia alguns dos personagens da musica de abertura de End of the century – que ganhou um clipe bem simpático – a gente te ajuda. Ol’ Moulty era  Victor “Moulty” Moulton, o baterista da banda de garagem americana The Barbarians, sucesso nos anos 1960 com Hey little bird. Murray The K foi um empresário e DJ de rock conhecido nos anos 1960, e um dos primeiros amigos e apoiadores dos Beatles. Hullabaloo era uma revista musical exibida na NBC entre 1965 e 1966. Shindig era um programa parecido exibido pela ABC. Upbeat era outra revista musical da ABC, exibida entre 1964 e 1971. O resto (T. Rex, John Lennon, Ed Sullivan) você sabe, né?

4 discos

4 discos: Elvis Presley no final

Published

on

4 discos: Elvis Presley no final

Ainda que o mercado de álbuns estivesse bastante fortalecido desde o fim dos anos 1960, isso não chamava a atenção de Elvis Presley (1935-1977), e muito menos a de seu empresário, o Coronel Tom Parker (1909-1997). O cantor não parecia se interessar muito por LPs, apesar de ter tido grandes vendagens de álbuns desde o começo. Muitas vezes, Elvis apenas gravava o que tinha vontade, e deixava que a RCA, sua gravadora, escolhesse capas, repertório e (o principal) como e de que maneira cada gravação seria aproveitada.

Nos anos 1970, com Elvis enclausurado em sua mansão e cada vez mais descontrolado (no apetite, nas drogas, na violência etc), o cantor ficou também cada vez mais desinteressado em gravar regularmente. Seus álbuns começavam a se tornar compilações de gravações, quase sempre feitas em etapas diferentes. Não era nem preciso que as sessões passassem pelos mesmos esquemas de produção, embora os álbuns pós-1966 do cantor tivessem todos o mesmo produtor. Era o ex-cantor Felton Jarvis, que chegou a lançar em 1959 um single cujo lado B era um tributo chamado Don’t knock Elvis.

O álbum That’s the way it is (1970), por exemplo, foi feito a partir de oito faixas gravadas do estúdio da RCA em Nashville, mas também entraram quatro faixas gravadas ao vivo em Las Vegas. Por sua vez, o restante dessas sessões de Nashville foi lançado gradativamente em singles e rendeu também o álbum Elvis country, de 1971. Era como se os álbuns do cantor, com raras exceções, já fossem compilações de out takes. E o que não falta é crítico de rock apontando para esse clima “alhos com bugalhos” na parte final da discografia de Elvis.

Pois bem, resolvemos revisitar quatro álbuns dessa última década da carreira de Elvis Presley – que, você talvez saiba, teria completado 90 anos no dia 8 de janeiro. E pode crer: quem deixou esses discos para trás perdeu muita coisa. Mesmo os mais alheios à obra do cantor, que o conhecem apenas pelos grandes hits, podem encontrar surpresas agradáveis. Porque, sim, por trás daquela fachada de decadência, havia música pulsante. Se você nem sequer desconfiasse que a vida de Elvis andava uma zona daquelas, poderia acabar achando que ele já estava rico o suficiente e havia resolvido só gravar o que quisesse, para quem quisesse ouvir, e problema dele.

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.
  • Este texto foi inspirado por um outro texto, da newsletter do músico Giancalrlo Rufatto

“ELVIS NOW” (1972). O nome desse álbum de Elvis podia indicar que se tratava de um disco ao vivo, de uma coletânea, de um álbum de sobras, de um cata-corno musical – enfim, Elvis now, como título, não quer dizer lá muita coisa. De qualquer jeito, é um dos mais brilhantes lançamentos do cantor em sua última década. Numa época em que Elvis parecia ter entendido mais ou menos para que serviam os álbuns e estava adotando estilos musicais diferentes em cada lançamento (gospel, country, baladas, etc), seu décimo-sexto LP era o que mais se aproximava de um “programa de música” (digamos assim), cabendo vários estilos musicais de maneira equilibrada.

Para manter um hábito do cantor na época, Elvis now não era um disco de “agora”. Havia uma faixa gravada em 1969 (a versão dele para Hey Jude, dos Beatles, feita nas sessões que geraram o disco Elvis in Memphis, daquele ano) e gravações de 1970 e 1971. Ou seja: era basicamente um cozidão de sobras com material ainda sem destinação. De qualquer jeito, lá você ouve, além de Hey Jude, Elvis interpretando canções de Kris Kristofferson (Help me make it through the night), da ativista e cantora Buffy Sainte-Marie (a canção de amor classe-operária Until it’s time for you to go), de Gene McLellan (Put hand in the hand), Gordon Lightfoot (Early mornin’ rain) e até um clássico gospel tradicional que, poucos anos depois, Raul Seixas e Paulo Coelho fariam questão de chupar (I was born ten thousand years ago).

“RAISED ON ROCK/FOR OL’ TIMES SAKE” (1973). Mais uma vez uma capa de Elvis traz uma foto praticamente idêntica dele (Elvis proibia que o fotografassem fora do palco), e o título lembra o de um álbum pirata ou coletânea caça-níqueis. Mas esse disco é tido como o último álbum de estúdio verdadeiramente rocker de Elvis, e tem quem o considere o melhor álbum dessa fase. O repertório veio de sessões no Stax Studios (Memphis, Tennessee), em julho de 1973, além de outras gravações feitas na casa de Presley em Palm Springs, Califórnia, em setembro de 1973.

Raised on rock tem esses dois títulos porque aproveitou os nomes dos lados A e B de um single de sucesso do cantor – o que dá a impressão também de “single expandido para álbum” e feito às pressas. Uma ouvida distraída revela pérolas como as próprias músicas-título, além de Three corn patches (da dupla Leiber e Stoller), Just a little bit (sucesso do cantor Rosco Gordon) e Find out what’s happenin’ (country gravado em 1968 por Bobby Bare). Muita gente implicou bastante com aquele papo de “criado no rock”, ate porque a canção fala de uma pessoa que foi criada ouvindo hits como Johnny B. Goode, de Chuck Berry, e nada menos que Hound dog, gravada pelo próprio Elvis (!) em 1956. Mas pula essa parte porque a gravação é ótima.

“ELVIS TODAY” (1975). A capa e o título não dizem muita coisa, mas Today é um dos discos mais saidinhos dessa fase final da carreira do cantor. O som une música pop e country, em vez de se concentrar apenas num estilo. E fica claro, pela escolha de repertório, que o álbum foi um esforço grande de Elvis em tentar entender o que estava acontecendo ao seu redor na música.

Havia o rock country de T-R-O-U-B-L-E, um dos últimos hits do cantor no estilo que o havia consagrado. Tinha uma regravação de Fairytale, das Pointer Sisters, indicando que a transição do soul à disco já tinha sido devidamente observada por Elvis e sua turma. E havia algumas regravações bem bacanas de faixas recentes, como I can help, de Blly Swan, e Pieces of my life, de Troy Seals – muito embora, justamente por causa disso, ficasse a impressão de que Today, mais do que resultado de uma gravação em estúdio, era o resultado de uma mexida em várias demos. Ainda assim, era uma mostra de que Elvis ainda se reinventava. Da maneira dele, mas rolava sim.

“FROM ELVIS PRESLEY BOULEVARD, MEMPHIS, TENNESSEE” (1976). O título desse disco lembra o de um álbum póstumo ou coletânea. É apenas o vigésimo-terceiro álbum de Elvis, feito numa época em que o cantor nem sequer queria sair de casa para gravar, e a RCA mandou instalar um estúdio na casa dele. Foi lançado pouco após a excelente coletânea The Sun sessions, e, diz o site oficial do cantor, trouxe músicas “comercializadas como se Elvis estivesse finalmente emitindo um convite aos seus fãs para entrarem pelos portões de Graceland”. Inclusive vendeu mais do que a coletânea, embora tenha custado mais aos cofres da RCA do que Sun sessions.

A capa informa que se trata de um “disco ao vivo”, mas a realidade é bem diferente: não há palmas, e basicamente o material foi feito “ao vivo” dentro da própria mansão de Elvis. O repertório é de uma força impressionante, com destaque para a balada blues Hurt, a romântica Never again e as baladas country Dany boy e Bitter they are, harder they fall, além da grandiosa The last farewell. From Elvis Presley Boulevard não é apenas um disco: é um retrato do Rei em um momento de fragilidade e reclusão, mas ainda capaz de emocionar como poucos.

 

Continue Reading

Cultura Pop

Grammy 2025: as apostas do Pop Fantasma

Published

on

Grammy 2025: as apostas do Pop Fantasma

Informações básicas sobre o Grammy 2025, que vai rolar neste domingo (2 de fevereiro), às 21h30, horário de Brasília, nos Estados Unidos. Vamos por partes:

  • É a 67ª edição da premiação.
  • Uma porrada de gente vai fazer show na premiação. Entre os confirmados, Stevie Wonder, John Legend, Janelle Monáe, Chris Martin, Cynthia Erivo, Brittany Howard, Brad Paisley, Herbie Hancock, Jacob Collier, Lainey Wilson, St. Vincent e Sheryl Crow. A Academia afirmou também que estarão no palco nomes como Benson Boone, Sabrina Carpenter, Doechii, Raye, Chappell Roan, Teddy Swims, Shakira e Charli XCX.
  • O comediante sul-africano Trevor Noah vai apresentar o prêmio – ele comanda o palco do prêmio desde 2021.
  • Tem Brasil na premiação, já que Anitta concorre a melhor álbum de pop latino com Funk generation.
  • O canal de TV TNT e o serviço de streaming Max vão transmitir a premiação aqui no Brasil.
  • Após discussões iniciais, foi decidido que os incêndios em Los Angeles não causariam o adiamento do evento – e decidiu-se também que o Grammy será um instrumento para angariar fundos para ajudar a cidade.

E enfim, ninguém convidou o Pop Fantasma para votar lá, mas nós resolvemos mostrar nossas apostas, divididas em quem a gente acha que leva os prêmios, e quem a gente adoraria que ganhasse. Confira aí e faça suas apostas. Não votamos em todas as categorias, claro – são 94 e não nos sentimos capazes de opinar em várias delas.

(na foto, Charli XCX, que a gente gostaria que ganhasse numas três categorias).

Música do Ano
Shaboozey, A bar song (Tipsy)
Billie Eilish, Birds of a feather
Lady Gaga and Bruno Mars, Die with a smile
Taylor Swift featuring Post Malone, Fortnight
Chappell Roan, Good luck, babe!
Kendrick Lamar, Not like us
Sabrina Carpenter, Please please please
Beyoncé, Texas hold ‘em
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Taylor Swift
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Kendrick Lamar

Revelação do Ano
Benson Boone
Sabrina Carpenter
Doechii
Khruangbin
RAYE
Chappell Roan
Shaboozey
Teddy Swims
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Chappell Roan
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Ficamos contentes se a Chappell ganhar, mas enfim, tem o Khruangbin

Melhor Performance Solo Pop
Beyoncé, Bodyguard
Sabrina Carpenter, Espresso
Charli XCX, Apple
Billie Eilish, Birds of a feather
Chappell Roan, Good luck, babe!
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Sabrina Carpenter é a campeã de audiência em algumas plataformas digitais, e tem grandes chances,
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Charli XCX

Melhor Performance Dupla ou Grupo Pop
Gracie Abrams Featuring Taylor Swift, Us
Beyoncé Featuring Post Malone, Levii’s Jeans
Charli XCX & Billie Eilish, Guess
Ariana Grande, Brandy & Monica, The boy is mine
Lady Gaga & Bruno Mars. Die with a smile
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Grandes chances para o dueto de Lady Gaga e Bruno Mars
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Charli XCX e Billie Eilish

Melhor Álbum Pop Vocal
Sabrina Carpenter, Short’n sweet
Billie Eilish, Hit me hard and soft
Ariana Grande, Eternal sunshine
Chappell Roan, The rise and fall pf a midwest princess
Taylor Swift, The tortured poets department
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Chappel Roan? Taylor Swift? Billie Eilish? Aí parece que TODAS podem ganhar.
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE:
Billie Eilish

Melhor Álbum de Country
Beyoncé, Cowboy Carter
Post Malone, F-1 Trillion
Kacey Musgraves, Deeper Well
Chris Stapleton, Higher
Lainey Wilson, Whirlwind
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Chris Stapleton
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Beyoncé

Melhor Performance Country Solo
Beyoncé, 16 Carriages
Chris Stapleton, It takes a woman
Jelly Roll, I am not OK
Kacey Musgraves, The architect
Shaboozey, A bar song (Tipsy)
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Chris Stapleton ou Shaboozey
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Beyoncé (ou, vá lá, também o Shaboozey)

Melhor Gravação Dance/Eletrônica
Madison Beer, Make you mine
Charli XCX, Von Dutch
Billie Eilish, L’amour de ma vie (Over Now Extended Edit)
Ariana Grande, Yes, and?
Troye Sivan, Got me started
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: talvez, quem sabe, Billie Eilish
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Charli XCX

Melhor Álbum de Pop Latino
Anitta, Funk generation
Luis Fonsi, El viaje
Kany García, García
Shakira, Las mujeres ya no lorran
Kali Uchis, Orquídeas
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Talvez a Kali Uchis
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Fernanda Torres no Oscar e Anitta no Grammy, já pensou? (mas Kali Uchis ganhando ia ser legal, Orquideas é um disco bacana).

Melhor Álbum de Rock
The Black Crowes, Happiness bastards
Fontaines D.C., Romance
Green Day, Saviors
Idles, TANGK
Pearl Jam, Dark matter
The Rolling Stones, Hackney diamonds
Jack White, No name
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Algo me diz que o primeiro álbum dos Stones lançado após a morte de Charlie Watts vai mexer com os jurados.
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Jack White.

Melhor Performance de Rock
The Beatles, Now and then
The Black Keys, Beautiful people (Stay high)
Green Day, The american dream is killing me
Idles, Gift horse
Pearl Jam, Dark matter
St. Vincent, Broken man
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Beatles.
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Em tempo de Trump na presidência dos EUA, Green Day cantando que “o sonho americano está me matando” seria um sonho (sem trocadilho). Mas dificilmente vai rolar.

Melhor Performance de Música Alternativa
Cage the Elephant, Neon pill
Nick Cave & The Bad Seeds, Song of the lake
Fontaines D.C., Starbuster
Kim Gordon, Bye bye
St. Vincent, Flea
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Nick Cave & The Bad Seeds
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Kim Gordon, com certeza.

Melhor Álbum de Música Alternativa
Nick Cave & Bad Seeds, Wild god
Clairo, Charm
Kim Gordon, The collective
Brittany Howard, What now
St Vincent, All born screaming
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: estou entre Clairo e Nick Cave
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Kim Gordon

Melhor Álbum de Rap
Common & Pete Rock, The Auditorium Vol. 1
Doechii, Alligator bites never heal
Eminem, The death of Slim Shady (Coup de grâce)
Future & Metro Boomin, We don’t trust you
J. Cole, Might delete later
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Se bobear, Eminem leva essa. Ou o trapper Future.
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Common & Pete Rock, que ainda por cima têm samples bem criativos de música brasileira (pegaram trechos de faixas de Chico Buarque, Ivan Lins & Vitor Martins e até uma faixa da banda de rock progressivo brasileira Karma).

Melhor Performance de Rap
Cardi B, Enough (Miami)
Common & Pete Rock Featuring Posdnuos, When the sun shines again
Doechii, Nissan altima
Eminem, Houdini
Future, Metro Boomin & Kendrick Lamar, Like that
Glorilla, Yeah glo!
Kendrick Lamar, Not like us
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR e QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Kendrick Lamar

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.

 

 

Continue Reading

Crítica

Ouvimos: Bad Bunny, “Debí tirar más fotos”

Published

on

Benito Antonio Martinez Ocasio, o popular Bad Bunny, não veio ao mundo pop a passeio. Debí tirar más fotos, seu novo disco, é um passeio pela musicalidade e pela identidade portorriquenhas – e esfrega na cara do mercado fonográfico que ele não tem nenhuma vontade de soar mais “americano” (estadunidense, enfim) para bombar nas paradas.

Já era uma prerrogativa de Bad Bunny desde os primeiros tempos, até porque ele é um dos nomes mais conhecidos do rap de idioma hispânico, mas Debí, mergulhado no reggaeton e em sons caribenhos, é um disco de memórias e sensações. Nuevayol, uma referência à pronúncia hispânica de “Nova York”, traz BB requerendo sua posição de rei do pop, e homenageando a comunidade latina que vive na megalópole. Baile inolvidable, que parece uma trilha sonora, cita as diversões calientes de Porto Rico e traz alunos da Escuela Libre de Música Ernesto Ramos Antonini, de San Juan, tocando salsa. Weltita tem cara de samba-rap e narra uma proposta de date praiano, com as falas do homem (Bunny) e da mulher (Lóren, da banda portorriquenha Chuwi) na história.

Com duração de mais de uma hora, Debí soa irregular em alguns momentos, mas compensa no storytelling (cabendo momentos em que o discurso de Bad Bunny é interrompido para uma mudança rítmica ou a entrada de uma gravação) e na variedade. E em especial no lado mobilizado, definido pelo próprio Bad Bunny como sendo “uma carta a Porto Rico”. A bebaça e doidaralhaça Cafe com ron é pura variação rítmica, cabendo pelo menos três estilos caribenhos, e no fim, um house cubano.

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.

La mudanza é orgulho portorriquenho purinho (“fala pra ele que essa é a minha casa, onde nasceu minha avó/daqui ninguém me tira, eu não saio daqui”), com letra falada no início e destaque para a percussão (que ganha alguns segundos só dela no final). Lo que le paso a Hawaii é som marolado e cigano, com vocal grave, e letra pregando que não quer que Porto Rico torne-se mais dominada ainda pelos Estados Unidos. A romântica e praguejadora Bokete (que traz encartado na letra um protesto bizarríssimo contra os buracos nas ruas de Porto Rico) abre em clima meio psicodélico, graças a uma gravação de guitarra ao contrário, como num sampling invertido. Não falta diversão em Debi tirar más fotos, e não falta raiz musical.

No lado mais descontraído e menos mobilizado das letras, Debí é um disco que aponta para dois lados, er, complementares. Ou Bad Bunny encarna o fodão que apronta todas nas boates e ganha as gatas, ou ele está chorando pelos cantos – geralmente de arrependimento por alguma merda que fez. El club abre em clima de trap, falando de boates, mulherada, drogas, bebedeira, até que… “mas o que minha ex está fazendo?’. “Os caras acham que estou feliz/mas não, estou morto por dentro/a discoteca está cheia e ao mesmo tempo, vazia/porque meu bebê não está lá”, choraminga.

Se você acha que parou por aí, tem mais. Pitorro de coco, repleta de violões ciganos (e cujo título faz referência a um drinque popular em Porto Rico), é dor de corno etílica das boas. Turista, cheia de cordas e sons acústicos, é… Bom, haja sofrimento: “na minha vida você era turista/você só viu o melhor de mim e não o que eu sofri/você foi embora sem saber o motivo das minhas feridas” – embora o rapper esclareça que a letra fala também dos turistas que vão à Porto Rico e saem de lá sem conhecer os problemas locais. E tem a quase faixa-título, DTMF, um reggaeton que vira algo parecido com funk carioca logo depois, e que traz Bad Bunny chorando pitangas pelo leite derramado (é a do verso-meme “devia ter tirado mais fotos quando tinha você/devia ter te dado mais beijos e abraços quando pude”).

Nota: 8,5
Gravadora: Rimas.|
Lançamento: 5 de janeiro de 2025.

Continue Reading
Advertisement

Trending