Som
Um flexidisc de 1967 com música eletrônica “do espaço”
Uma notícia bem interessante para quem ama eletrônica e revistas antigas é que uma turma com muito tempo livre jogou na internet os exemplares, em PDF, da Practical Electronics, uma revista britânica que existiu de 1964 até 1992. Aliás, existe ate hoje, com o nome de Everyday Practical Electronics. Por lá, você aprendia coisas como montar aparelhos de som, despertadores, pequenos gravadoras de fita, entendia como consertar instrumentos musicais e coisas do tipo. E também ganhava brindes bem estranhos, como esse flexidisc encartado na edição de outubro de 1967 da revista.
O disquinho entrava numa área bem importante para quem era fanático (a) pelo universo dos aparelhos de som e queria alguma coisa para testar as caixas acústicas, já que trazia vários sons de microfonias, barulho de televisão sem transmissão e ruídos que pareciam vindos do espaço. No final, todos os barulhos aparecem juntos, num efeito que o site Boing Boing classifica como “música de carnaval do espaço sideral”.
O leitor e amigo Rafael Lourenço tem esse flexidisc e chama a atenção para o fato da música ter sido composta por Frederick Judd, um britânico “que é um compositor ate certo ponto cultuado entre muitos que apreciam a musica eletrônica dos anos 50, 60, foi compilado numa coletânea chamada Electronics without tears de 2012. Vale lembrar que muitos outros compositores mais famosos participaram desses ‘discos demonstração’. Entre os discos que tenho em casa, tenho um disco de demonstração de um modelo moog dos anos 60 em que o som registrado nele foi composto pela Wendy Carlos, que mais tarde fez a trilha do filme Laranja Mecânica entre outros”, escreveu.
Entrevista
Entrevista: Quântico Romance, banda de rock gótico do Rio, prepara disco para breve
No Rio de Janeiro, com todo aquele sol e calor, tem uma turma bem numerosa que curte som gótico, synth pop e pós-punk em geral. É uma galera animada que lota festas como a College, no clube Vizinha 123, ou as noitadas dedicadas ao som que rolam no Garage (pico roqueiro clássico que voltou), e que não mede esforços para acompanhar as bandas achegadas ao estilo que vêm tocar no Brasil – shows de The Cure, The Mission e Lebanon Hanover, que rolaram nos últimos tempos, deixaram a turma feliz. Essa cena é fomentada por iniciativas como a do selo carioca Paranoia Musique, que lança bandas como Griza Nokto e o Quântico Romance.
O Quântico Romance lançou clipe e single ano passado (o vídeo de Reprise foi gravado e lançado numa sala de cinema, e transformado em curta metragem ao lado do clipe de Redenção) e está na preparação de um álbum para breve. “A previsão é de sair em abril ou maio, ainda sem título definido, porém muito provavelmente será homônimo de alguma faixa”, conta Karlos Milton Junior (vocal, synths), que divide a banda com Nilton Jardim Junior (guitarras) e Bruno Dorian (bateria eletrônica)
Batemos um papo em duas etapas com dois integrantes do grupo (Karlos e Bruno) e soubemos de algumas novidades. Também conversamos sobre influências cinematográficas na música do grupo, e sobre o sucesso que o The Cure anda fazendo.
Como foi fazer o clipe da música a música Reprise num cinema, e como surgiu essa ideia?
Karlos Junior: Isso aconteceu desde a concepção dela, até porque tem a questão muito forte do refrão, que fala de “reprise, a história desse filme já passou…” O insight que veio na minha cabeça é que essa música conversava com uma história de cinema, só que uma coisa meio “cinemão pipoca”, aquela coisa bem anos 1980 de ir ao cinema e curtir uma comédia, uma coisa de sci-fi, terror… sempre com aquela pegada adolescente.
À medida que a gente foi fazendo a música, a ideia foi crescendo. Fui o idealizador e compositor da música, daí bati o martelo e falei que a melhor vibe para fazer o clipe da faixa seria a gente fazer tudo dentro de um cinema. E a gente simulou um pouco da história. Foi tudo sendo desenvolvido a partir desse insight. A própria música influenciou o audiovisual.
(confira abaixo os clipes de Reprise e Redenção, do Quântico Romance)
Tem filmes que influenciam a estética do Quântico Romance?
Karlos: Tem, e de todas as épocas! Mas no caso do Quântico Romance diria que foram os filmes dos anos 1980 para cá. Mad max, por exemplo…
Bruno: Fuga de Los Angeles, Fuga de Nova York, tanta fuga, né? Filmes da ficção científica ao pós-apocalíptico. A gente retrata isso através da estética, do figurino, de todo o conjunto da obra. A Quântico Romance navega por todas essas vertentes das atmosferas pós-apocalípticas, tendo ao mesmo tempo um ar de tecnologia avançada e futurismo, dentro do próprio cyberpunk e de vertentes como nanopunk e biopunk. Navegamos na cultura pop nessa combinação de futurismo e ficção científica. E também há influência de grandes escritores. Eu citaria o Wilson Rocha, um brasileiro que é autor de Os passageiros do futuro…
Karlos: O Quântico Romance tem um diálogo grande, em termos de cinema, com a cena gótica nacional. Ficção científica, que a gente adora, puxa pro gótico. Também citaria a trilogia Matrix. Eles têm um visual mais para o gótico, as roupas pretas… Aliás existe um visual que eu queria muito fazer para a banda, só que para isso, a gente vai ter que correr atrás de recursos. Eu gosto do visual do Tron, especialmente do Tron Legacy. Se a gente conseguir fazer uma indumentária em neon… acho que super casa com a gente. Temos muita referência dessa coisa meio de fantasia, essa coisa extravagante da ficção científica.
Bruno: Já existem megacidades e metrópoles futuristas no mundo. Você pode observar isso em alguns países asiáticos. O próprio Rio de Janeiro e São Paulo já têm algumas construções nessa vertente. Prédios gigantescos com trabalhos de luz neon, esquinas iluminadas… Já temos a oportunidade de ver isso acontecendo.
Karlos: Painéis de LED…
Bruno: Exatamente. Estamos vivendo o cyberpunk. É como viver na prática o que foi retratado na ficção científica, nos filmes sobre futurismo, nas ideias dos visionários do passado. A gente pode citar grandes nomes, como Nikola Tesla.
Karlos: É uma mistura de tudo. Mas, pra mim, o mais marcante é a influência dos anos 80: aquela vibe de Blade Runner, Mad Max. Depois, nos anos 90 e 2000, tem Matrix. E minha ideia é criar uma variante do Tron que seja bem legal.
Bruno: São as vertentes da distopia, né? Matrix falou, no passado, sobre o nosso presente e futuro. Estamos vivendo isso: as altas tecnologias na web, o advento da internet… Enfim, dá pra perceber isso até nas produções musicais do mundo. A tecnologia está em todo lugar. Nós mesmos, no Quântico Romance, usamos o sistema de home computer music.
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Como foi a produção da nova música, aliás?
Karlos: Reprise era uma música que estava na gaveta. A gente trabalhou nela lá por 2005, 2006. Fizemos os rascunhos na época, mas era com outra banda. Depois, tudo terminou. Eu segui outros caminhos, fui fazer faculdade, deixei a música de lado por um tempo. Quando voltei, compus músicas novas com meus amigos e comecei a revisitar materiais antigos que estavam guardados, procurando algo interessante dentro do synth pop e do pós-punk que valesse a pena retrabalhar. Reprise estava lá, esperando o momento certo para ser desenvolvida.
O que eu precisei fazer de 2006 até agora foi dar uma revisão na letra dela. Também comecei a trabalhar no arranjo, analisando os efeitos, vendo se as guitarras estavam interessantes. Fui adicionando novos elementos, colocando outros efeitos, fazendo novas mixagens… Essa música teve uma jornada de criação até bem longa. Se a gente parar pra pensar, de 2005 ou 2006 até 2024, são quase 20 anos.
Mas acho que isso é algo típico de músicos. Às vezes, você cria algo hoje e só desperta para aquilo depois de um tempo. De repente, começa a achar interessante, começa a considerar válido. Vai muito do momento, da criação. Quando revisei o material, achei que era o momento certo para lançar.
Pra gente, foi interessante lançar esse trabalho agora porque temos acompanhado bastante o cenário alternativo de música. Sabemos que a cena gótica já é algo mais estabelecido, mas percebemos uma cena crescente do synthwave e do retrowave. Por acaso, tive o insight de criar uma música que dialogasse com essa estética. É uma cena que já tem festas recorrentes em alguns lugares do Brasil. Existe um público interessado, mesmo que os artistas ainda não sejam tão conhecidos — eles não são totalmente desconhecidos também. Acho que seria interessante explorar essa estética com apelo aos anos 80. A própria linguagem da música tem essa pegada retrô, e trazer isso pro momento atual da música no Brasil foi uma ideia que casou muito bem. E aí foi legal desenvolver essa concepção.
E teve um lançamento do clipe num cinema para convidados, também, não foi?
Karlos: Sim! A gente queria evocar aquele clima de cinema dos anos 1980. Então, tomei a dianteira da produção, contratei o Cine Joia, fiz os contatos, e acabamos montando uma história com a estética de um thriller dos anos 80. Chamei alguns amigos para interpretar os personagens. É cheio de clichês, mas o diretor abraçou a ideia completamente. Tivemos duas locações principais: uma no cinema, onde a banda aparece assistindo ao filme – com aquela metalinguagem, já que eles também protagonizam o mesmo filme. A outra locação foi no Estúdio Casa de Alice, no Méier. É uma casa de verdade, com dois andares, quarto, cama, jardim… Tem um monte de coisas legais lá. Usamos esse espaço para gravar o restante da história, especialmente as cenas de perseguição.
Tudo isso pode ser visto no curta que acompanha a primeira música e no clipe da segunda música. Foi uma produção cara, especialmente para uma banda underground como a nossa. Não estamos acostumados a fazer algo nessa escala, então tivemos que juntar uma boa quantia de dinheiro pra viabilizar tudo: locação, maquiagem, figurino, maquiagem especial para todos, e, claro, os próprios custos das gravações.
Foi muito caro?
Karlos: Em termos de valor, diria que gastamos algo em torno de dez mil reais, por alto. Não faço ideia de como as bandas amigas da cena — seja do Rio, de São Paulo ou de outros lugares — financiam seus vídeos ou quanto gastam. Às vezes, elas fazem um financiamento coletivo.
No nosso caso, usamos apenas os nossos próprios recursos. Foi caro porque não estamos acostumados a arcar com esse tipo de custo. Mas conseguimos entrar em acordos com todo mundo e parcelar as coisas. Fizemos tudo devagar, tanto que o processo foi esticado: gravamos em maio, junho e setembro. É um custo de investimento que acho interessante para as bandas que conseguem bancar. Se não puderem, tudo bem também. O pensamento tem que ser: “A gente faz o melhor com o que tem.” Se puder fazer algo maior, ótimo; se não, faz o melhor possível com os recursos disponíveis.
Fale mais de como foi a produção do clipe, de quanto demorou…
Karlos: Essa produção levou o ano inteiro, porque gravamos por etapas. A primeira gravação foi marcada para maio, a segunda foi… Se não me engano, foi em agosto. E a terceira etapa conseguimos fazer entre agosto e setembro. Fizemos uma gravação em um estúdio fechado no bairro do Méier, além de já termos gravado algo no Cine Joia. Conversando com o diretor, tivemos essa ideia juntos.
A proposta era fazer um clipe, mas achamos interessante contar uma história que tivesse cara de um curta-metragem. Como precisávamos de mais material, pegamos as músicas Redenção e Reprise e conectamos as duas. Assim, contamos uma história que começa com uma música e vai até a outra.
Aproveitando o insight de gravar no cinema, conversamos com o Bruno, do Cine Joia, e desenvolvemos o conceito. A ideia era criar uma sessão de cinema especial: exibimos o curta e depois mostramos os clipes separados. O sentimento foi de inovação, algo inédito. Até agora, não vi nenhuma banda fazendo uma iniciativa assim. Quisemos trazer algo diferente, algo novo, e isso nos motivou bastante. E como tudo foi feito no Cine Joia, pedimos uma data para realizar uma exibição lá. O resultado foi um evento especial para amigos e fãs, algo que ficou muito marcante para todos.
Como vocês, que são dedicados ao pós-punk, a sons eletrônicos e a uma estética mais melancólica, viram o sucesso do disco novo do The Cure?
Karlos: Eu parei para escutar esse disco uma vez, mas não consegui me aprofundar muito. A gente até se dedica a fazer isso de vez em quando, ouvir discos com mais atenção para ter uma experiência completa. Sobre o sucesso do The Cure, eu diria que já era esperado. É uma banda consagrada, com milhões de fãs ao redor do mundo, e que atrai muita curiosidade, inclusive de pessoas que não fazem parte do fandom deles.
O The Cure tem esse poder de atrair um público novo, uma juventude que começa a descobrir a história da banda, se encanta e acaba absorvendo tudo isso. Acho que o sucesso desse disco é positivo, porque, pelo que escutei, ele não tenta ser comercial. O Robert Smith conseguiu colocar o coração dele nas composições e escrever o que de fato queria.
Isso é algo interessante de se discutir. A música dita “mainstream”, toda vez que eu escuto, parece um pouco plastificada, muito igual. Hoje em dia, temos fórmulas, algoritmos, até inteligência artificial sendo usados para criar música. Isso faz com que a música deixe de ser algo inventivo, inovador, por conta das demandas do público.
A humanidade está muito acelerada e estressada; é uma crise do nosso tempo, e a música acaba refletindo isso. Vi alguém comentando na internet que hoje as músicas têm dois minutos e já entram direto no refrão, sem muita introdução. Antigamente, as músicas tinham introduções mais longas, os versos vinham depois… Hoje, dependendo da audiência, as pessoas nem conseguem esperar 30 ou 40 segundos de introdução.
Isso abre um belo leque de discussões sobre o estado atual da música. Mas, em relação ao The Cure, acho que eles estão perfeitos. Espero que, antes de encerrarem a carreira, ainda deem um pulo por aqui para a gente curtir um pouco mais do trabalho deles.
Tem um álbum inteiro de vocês que já está sendo prometido há algum tempo. Quando sai? O que já tem planejado para 2025?
Karlos: O álbum está 90% pronto. Eu queria que ele tivesse saído este ano, mas como a produção do audiovisual acabou se estendendo um pouco, não consegui agendar o lançamento para novembro ou dezembro. Então, vou precisar sentar com o Diego, do selo Paranoia Musique, e com o pessoal da banda para decidir o melhor momento para lançar em 2025. Ele tem algumas canções inéditas, mas a maioria são novas versões de músicas que já foram lançadas como singles. Acho que essas versões novas são ainda mais interessantes que as originais, então a experiência vai ser muito legal. Minha meta é lançar o álbum pelo menos no primeiro semestre de 2025.
Acredito que nosso público entende essa demora. Pra gente, é um pouco mais difícil manter uma frequência nas produções. Não é como acontece com muitas bandas; nós precisamos trabalhar, juntar recursos e capitalizar, o que nem sempre é algo disponível de imediato. Por isso, às vezes, acabamos adiando as coisas um pouco.
Falem um pouco da ligação do Quântico Romance com o selo Paranoia Musique, que é um caso raríssimo: um selo carioca dedicado a sons góticos, e que ajuda a fomentar uma cena bem legal de darkwave, pós-punk, e sons afins.
Karlos: A relação com o selo é a melhor possível. O criador e presidente do selo é o Diego Oliveira, o Diego Mode. Ele é meu parceiro na Cubus, aliás, foi ele quem idealizou a Cubus, enquanto eu sou o idealizador da Quântico Romance. Quando a gente se conheceu… foi interessante. Nos encontramos em 2003, 2004, em um momento em que ambos começávamos a fazer música por software, principalmente música eletrônica. Desde então, temos feito muitas coisas juntos: shows, festas, eventos.
O Diego tem essa visão de precisar criar algo no sentido de fomentar a cena e unir os artistas. Ele tem essa função e cumpre bem esse objetivo, fazendo a ponte entre os artistas, eventos, casas, produtores e mídias. Ele vai investindo e colocando em evidência as bandas do selo. O foco está em música eletrônica e alternativas, e eu acho que estamos na casa certa, com as pessoas certas.
Além da amizade, que já é longa, temos muito carinho e respeito um pelo outro. As coisas boas que fizemos até agora com o selo são uma conquista coletiva para todo mundo, e tenho certeza de que continuaremos fazendo ainda mais coisas legais no futuro.
Crítica
Ouvimos: Salmos, “Salmos” (EP)
- Salmos é o EP de estreia da banda de mesmo nome, formada por Sergio Wong (voz, guitarra e baixo) e Carlos Ernesto (bateria). O disco foi produzido por Lisciel Franco, que também fez a mixagem e a masterização.
- O disco foi gravado em mídia analógica no estúdio ForestLab, no Rio de Janeiro.
- A banda foi formada em 2018 e inicialmente era só um projetinho criado em cadernos de escola, que foi se tornando uma banda de verdade gradualmente. “Carga emocional, inevitáveis movimentos da vida, isso é o que Salmos é pra mim”, explica Wong.
Salmos, o EP epônimo do projeto de Sergio Wong e Carlos Ernesto é a prova de que o rock, em 2025, vai acabar apontando para uma mistura sonora filtrada pelos anos 1990. Cala boca, a faixa de abertura, abre em clima de Nirvana, e a poética crua da letra lembra bastante o estilo de Kurt Cobain – posteriormente, a faixa ganha um aspecto mais tranquilo e rock + MPB.
Persiana, regravação do primeiro single do projeto (2019), tem uma cara meio soul, mas lembra o estilo de produção de Steve Albini, com foco em pratos, baixo e eco, e tom misterioso. A boa Água de piscina tem riff distorcido e batidão meio punk, meio samba. Vale, de qualquer jeito, apontar que a letra da faixa traz um desencanto com todas as faces da política brasileira que soa meio desatualizado numa época em que já se conhece o pior de todos os lados. Ela abre apontando para o emo, e ganha uma inusitada batida de bossa nova.
Infância, a melhor do disco, surge como um rock tranquilo, com som entre o emo e o grunge, prossegue com uma letra repleta de boas frases (“a não ser a infãncia/não sinto falta de nada”) e vira algo próximo da crueza do Sonic Youth. Ouro Preto, música de sete minutos que talvez pudesse ter tido pelo menos uns dois minutos cortados, começa com uma batida circular na guitarra, ganha um andamento próximo do blues, e depois chega perto do som de bandas como Cloud Nothings.
Nota: 7,5
Gravadora: Cavaca Records
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Crítica
Ouvimos: Desu Taem, “Yeoouch”
Tá aí um bom disco “pesado” de 2024 que foi bem pouco ouvido e comentado. O Desu Taem é uma banda bem pouco conhecida, com menos de 300 ouvintes no Spotify, e que mesmo não sendo um grupo exatamente inovador, faz uma mistura musical bem bacana, que vai do metal ao punk anos 1990, passando por estilos como hardcore e emo. Aliás passando até por recordações do rock dos anos 1950 que mostram que provavelmente eles escutaram Stray Cats. Esse, no caso, é o som que surge em Wood chipper Freddy, uma das melhores de Yeoouch, e um pouco na zoada Has anyone seen my underwear?.
Uma boa curiosidade em relação a eles é que se trata de uma banda de pai (Shan) e filho (Nick), que tem “setenta anos de experiência”, juntando as idades de ambos. Sons próximos do hardcore e do punk surgem em faixas como What just happened? e Assbite mania. Uma mescla de punk e hard rock a la Aerosmith aparece em Don’t stick your fingers in the cage. Chuncky stool mistura punk e metal no estilo Dio. Dammit! e Everything crawls away from me são mais próximas de um lado blues-rock da dupla (e mais próximas da turma que junta rock clássico e coolzice indie). Blasted with rebirth aproxima power metal e hardcore.
Yeoouch vai prosseguindo com country-punk (Six guns and scorching suns), mais mesclas com anos 50 (o tom quase Cramps de Crazy bitch addict), pauleira cromada (Time to choose, Meat head) e alguns hinos punk (F**K! F**K! F**K! e Which part of no didn’t you understand?).
Nota: 8
Gravadora: Independente.
- E esse foi um som que chegou até o Pop Fantasma pelo nosso perfil no Groover – mande o seu som por lá!
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