Notícias
Steve Jones: Sex Pistols de volta aos palcos, nem pensar

Os Sex Pistols terminaram em 1978 mas tiveram alguns retornos:1996-2001, 2002-2003 e mais recentemente 2007-2008. Só que uma volta da banda neste ano – aniversário de quatro décadas do disco único do grupo, “Never mind the bollocks” – seria bastante difícil de acontecer. O guitarrista do grupo Steve Jones disse à “Rolling Stone” americana que, para começo de conversa, ele e o vocalista John Lydon (o popular Johnny Rotten, nome artístico que usava na época da banda) não se falam há quase dez anos, apesar de morarem na mesma cidade (Los Angeles).
“Não há amizade. Eu moro em L.A. e ele também, mas não nos falamos. Acho que a última vez em que falei com ele foi em 2008 quando fizemos turnê pela Europa. Não tenho vontade de falar com ele e ele não tem desejo nenhum de falar comigo. Isso é claro. Desejo a ele o melhor e não tenho ressentimentos. Só que nosso casamento acabou e nos divorciamos. E você não tem vontade de falar com sua ex-mulher, tem?”, indaga.
Tá, rola uma chance de volta, sim – mesmo que haja um clima meio esquisito entre o vocalista e o guitarrista. Mas Jones avisa que um detalhe básico teria que rolar de forma diferente.
“Não voltaria pelo montante de grana que fizemos em outras reuniões. Se nos oferecerem a mesma grana dos Rolling Stones, aí a coisa mudaria de figura”, diz.
Lançamentos
Urgente!: City Mall em single, Beth Gibbons ao vivo, Ligia Kamada em clipe, MPB e rock nacional em vinil e CD

Comentada aqui no Pop Fantasma algumas vezes, a banda paulista City Mall — especializada nos sons que ecoam por consultórios e elevadores (um city pop relaxado, mas com imaginação de sobra) — acaba de somar à sua discografia o single City tour. A faixa junta synth pop e jazz, e transforma a paisagem urbana do centro de São Paulo em trilha sonora. Para marcar o momento, a banda lançou também uma live session com a nova música.
O som novo do City Mall inaugura a quinta edição do projeto Patterns, parceria do selo Sound Department com a Cavaca Records, o Museu do Sintetizador e o Estúdio Trampolim. A ideia do projeto é ousada nesses tempos de algoritmos: foco em artistas que expandem os limites da linguagem musical e mergulham fundo nas experimentações (Foto City Msll: Yasmin Kalaf/Divulgação).
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Você se apaixonou por Lives outgrown, disco sublime que Beth Gibbons lançou no ano passado (e que a gente resenhou por aqui)? Então corre: Beth foi a convidada da vez no Tiny Desk Concerts, e levou sete músicos para apertarem-se entre prateleiras e mesas no estúdio da série. Entre estantes, fios, mesas e papéis, o repertório solo da cantora do Portishead chega a ranger. É daqueles vídeos que não dá pra deixar passar.
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“Sentir mas sem sofrer do corte / olhar pra dor e até sorrir com a sorte”, canta Lígia Kamada em Sacode, uma das faixas mais marcantes do álbum Kamadas, gravada com participação de Jhayam. A música acaba de ganhar um clipe em preto e branco, dirigido por Gui Midões, com cenas urbanas e tomadas na Serra da Mantiqueira. Para conferir o repertório de Kamadas ao vivo: no dia 23 de maio, Lígia sobe ao palco do Sesc São José dos Campos.
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Jornalista especializado em rock e histórias em quadrinhos, Heitor Pitombo tem muitas histórias para contar — e uma das mais curiosas é a de ter sido o primeiro jornalista a entrevistar Paul McCartney no Brasil, durante a coletiva de 1990 (foi o primeiro a abrir os trabalhos com uma pergunta). “Mas alguns anos antes disso, comecei a trilhar uma trajetória muito ligada à música, que me levou a tocar com diversos grupos e formações dos mais variados estilos, e a compor centenas de canções”, diz ele, que agora se prepara para lançar o CD (sim, CD) O tempo não é nada, com participações de Guto Goffi, Torcuato Mariano, Beto Saroldi, Andrea Ernest Dias e Luiz Lopez.
O álbum chega às plataformas em versão digital, mas também vai ganhar edição física — um crowdfunding (confira aqui) está no ar para bancar o lançamento em CD, com encarte e letras. A gente aqui no Pop Fantasma já apoiou, e recomendamos que você faça o mesmo. Mas atenção: o financiamento vai só até esta terça (13), às 23h59.
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Dois discos que nasceram digitais agora ganham vida em vinil. A banda paraibana Papangu anuncia o lançamento físico de Holoceno (2021) — o primeiro disco deles — em LP vermelho marmorizado 180g, além de CD digipack e fita cassete. A pré-venda já está rolando no site da Taioba Music.
Já Tudo é minha culpa, álbum que funciona como autobiografia musical da pernambucana Joyce Alane, também vai sair em vinil, CD e cassete — no LP, há luxos como capa holográfica 3D e encarte de 12 páginas com fotos e letras. Em parceria com o selo cearense Wakati Produções, o disco já está em pré-venda. Os envios começam em setembro.
Lançamentos
Radar: Vitória Faria, Day Limns, Heal Mura, Quarto Quarto e outros sons

Sons lançados agorinha e muita variedade (a ponto de irmos da dance music hipnotizante ao forró, passando pelas guitarras pesadas) é a receita do Radar de hoje, aqui no Pop Fantasma. Ponha tudo na sua playlist! (foto Vitória Faria: Flora Negri/Divulgação).
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VITÓRIA FARIA feat ASSUCENA ASSUCENA, “DOIS CENTÍMETROS”. Canção com vibe de forró e clima de blues, tudo misturado, Dois centímetros é o terceiro single da acordeonista e cantora Vitória Faria. A letra fala de uma época delicada na vida da cantora, quando estava apaixonada por uma pessoa em transição de gênero, mas o relacionamento estava chegando ao fim. “Essa música é a fotografia do nosso último encontro”, ela diz. “Acho louco pensar que o meu chão estava desabando, eu não sabia onde colocar todo aquele amor mas não sabia também, que exatamente naquele momento, ela estava num processo interno e pessoal de transição”, conta ela, que trouxe Assucena Assucena, com quem tocou na banda As Baías, para participar da faixa. Uma música que parece sussurrada no ouvido da gente. E Vacas exaustas, álbum de Vitória Faria, sai neste mês.
DAY LIMNS, “DEUS É HUMANO”. “Eles estão vivendo o Armageddon / colocando deus contra todos / de onde eu vi, para onde eu vou / deus é humano.” É assim, sem rodeios, que Day Limns abre o recém-lançado A beleza do caos, seu novo EP. A faixa de abertura, Deus é humano, já dá o tom: uma mistura intensa de nu-metal, trap, rap e variedade hyperpop — na mesma linha ousada de discos recentes de Charli XCX. A canção faz uma leitura nada ortodoxa do sagrado: aqui, o divino caminha pelas ruas, respira o mesmo ar poluído das cidades, sente as dores do agora. Deus, afinal, é humano. O título do EP também vem como uma faísca filosófica. “Se o caos veio antes da luz, então é em nós que ela nasce”, diz Day.
HEAL MURA feat RENATO COHEN, “TANTRUM (RENATO COHEN REMIX)”. Sob o nome Heal Mura, o tecladista Murilo Faria (da Aldo The Band) vem lapidando um universo eletrônico que flutua entre o experimental e a healing music. Seu disco The limited repetition of pleasure (já resenhado por aqui) mostrou isso com clareza e sutileza. Agora, ele volta com uma nova leitura de Tantrum, remixada por ninguém menos que Renato Cohen – lenda das pistas e, nas palavras do próprio Murilo, um verdadeiro herói pessoal. Cohen levou a faixa original para outro plano: intensificou o pulso dançante da música e empurrou a experiência para um transe completo. O resultado é uma viagem que começa introspectiva e termina no meio da pista, de olhos fechados e corpo entregue.
QUARTO QUARTO, “ME FAZ MAL”. Formado em São Paulo em plena pandemia, o Quarto Quarto pratica um emocore urgente, nervoso e cheio de sensibilidade, que fala das incertezas do agora — como em Me faz mal, seu novo single. Há momentos em que a quebradeira rítmica se aproxima do pós-hardcore, mas sempre com espaço para respiro e afeto. Com dois EPs lançados (Prédio cinza, tempo bom, de 2022, e Sorte, de 2024), a banda prepara Revés, que sai em breve. Ele e Sorte, juntos, formam um álbum inteiro — feito em partes, como se necessário viver cada lado da história antes de contá-la por completo.
MARCOS LAMY feat LUCAS LÓ, “MULECAGEM”. “É um single importante, que carrega influência de grandes nomes da música nordestina, como Luiz Gonzaga e Dominguinhos, e transporta todo mundo para as festas juninas que se aproximam”, conta o maranhense Marcos Lamy sobre Mulecagem. Um forró que se inicia com uma parte instrumental duradoura (quase um minuto de solos de sanfona, no mais puro virtuosismo nordestino), e que está programado para o repertório de Braço de mar, álbum que vai sair ainda esse mês. A letra é pura zoeira, avisando que a sala tá cheia, ainda tem gente chegando – mas pisando devagarzinho, dá para se divertir. Novidade, mas com o pé na tradição.
GUANDU feat MARINA MOLE, “MAIS UM DIA”. O novo single da banda paulistana Guandu, que volta a colaborar com a artista experimental Marina Mole, mergulha num lo-fi melancólico, com aquela textura de gravação caseira feita nos anos 1990. E não é só charme estético: Mais um dia foi mesmo registrada em fita, num gravador Tascam de quatro canais, como se fosse uma demo perdida no tempo. O clipe acompanha esse espírito: passeia pela paisagem urbana de São Paulo com olhos que parecem ver tudo pela primeira — ou talvez pela última — vez. A canção antecipa o álbum de estreia do Guandu, previsto para junho, com doze faixas. Se seguir esse clima, vem coisa bonita por aí.
UNDO, “PORCOS NÃO OLHAM PRO CÉU”. “Fomos pegos de assalto / acordados com tapas na cara / dinossauros apontam suas Taurus / nos escombros do Museu Nacional”. O novo single do supergrupo de André Frateschi (voz), Rafael Mimi (guitarras), Johnny Monster (guitarras), Dudinha (baixo) e Rafael Garga (bateria) é direto e vai na veia do autoritarismo, da desigualdade e da intolerância – coisas que o Brasil viu de perto várias vezes. O som é um pós-punk que faz lembrar os anos 1980, graças aos synths e programações, mas sempre com os dois pés na modernidade de bandas como Idles e Arctic Monkeys. Barulho com propósito, feito por quem não quer apenas passar pela história, mas sacudi-la um pouco antes de seguir em frente.
ATOR CARIOCA, “A DOR É A GRAÇA”. Com nome descontraído e fotos de divulgação que mostram os integrantes em cenários luminosos, o Ator Carioca se dedica mesmo é à angústia sonora – com toques de pós-punk, math rock, MPB anos 1970 e outros estilos. Nada a esconder, novo disco da banda maranhense, já está entre nós, e último single a anunciá-lo foi A dor é a graça, som que tem até toques de flamenco nos solo de violão. Para quem ainda não escutou o álbum, Hugo Rangel (guitarra) e Orlando Ezon (vocal) avisam que se trata de um som acústico, experimental e introspectivo.
Lançamentos
Urgente!: Lançamentos da semana (5 a 9 de maio de 2025)

Um sobrevoo rápido por alguns dos lançamentos que movimentaram a semana. Nada de esgotar o assunto – a ideia nessa edição semanal e especial do Urgente! é fazer um recorte, destacar o que chamou a nossa atenção. Então anota aí:
(lembrando que tem mais lançamentos e músicas recentes no nosso Radar)
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ÁLBUNS E EPs:
Hoje, dia 9 de maio, saiu o volume 2 da série de remixes do álbum Come ahead, o mais recente do Primal Scream. Dessa vez, convidados como os Pet Shop Boys, Terry Farley e o Black Science transformam as faixas do disco em dubs – aquele filhote do reggae e da música ambient que, quando bem realizado, tem graves de doer o peito. O novo do Counting Crows também já está no mundo e tem nome de sobremesa roqueira: se chama Butter miracle, the complete sweets!, assim como os novos de Peter Murphy (Sweet shade), Behemoth (The shit ov god) e do The Kooks (Never/know).
Kali Uchis, depois de duas edições de Orquídeas (a versão normal e a deluxe, com mais uns agrados), mandou para o mundo o novo Sincerely, (isso mesmo, com a vírgula colada no título). O Sleep Token voltou com Even in Arcadia. E Mark Pritchard, em dobradinha com Thom Yorke (ele mesmo, o do Radiohead), lançou nas plataformas o áudio de seu projeto audiovisual Tall tales. Ah, e claro que você já deu uma espiada em Pink elephant, o novo do Arcade Fire.
Por aqui, os Selvagens À Procura de Lei estão de volta com as 12 faixas de Y. Nesta semana também teve Maravilhosamente bem, disco novo da Julia Mestre (foto), que veio com reforço visual: um curta no YouTube, meio cinema indie setentista/oitentista, que acompanha o clima do som. O Terraplana lançou a live session Terraplana on Audiotree Live. Alaíde Costa reverenciou Dalva de Oliveira em Uma estrela para Dalva, Sergio Britto (sim, ele, dos Titãs) soltou seu solo Mango dragon fruit, e Alcione chegou animada com Alcione, seu primeiro álbum de inéditas em cinco anos.
SINGLES:
Garbage e Miley Cyrus, que têm discos no forno, resolveram aquecer os motores com dois lançamentos de impacto: Get out my face AKA Bad Kitty (Garbage) e More to lose (Miley). Fiona Apple, em movimento raro e precioso, rompeu o silêncio com Pretrial (Let her go home) — uma daquelas faixas que fazem a gente lembrar por que sente falta dela. Sophie Ellis-Bextor reaparece com Taste, e já avisa: vem aí o álbum Perimenopop, previsto para o dia 12 de setembro. Já o U.S. Girls solta o single Bookends e crava data para Scratch it, disco novo: 20 de junho.
Kali Uchis apresenta oficialmente Sincerely, o novo álbum, com o clipe elegante de All I can say. Soccer Mommy, por sua vez, aposta na delicadeza: Evergreen, seu último disco, ganha uma versão stripped (despida, despojada, mais crua), prevista para 6 de junho — será um EP, com algumas faixas a menos. A novidade chegou junto com o single She is (Stripped). E de Portugal vem o Mirror People, projeto eletrônico-jazzístico-experimental que solta o single Million questions e já avisa que o álbum Desert island broadcast aporta em 26 de setembro.
No Brasil, o retorno mais simbólico da semana vem do Molejo: é Coração molengo, primeiro lançamento sem o saudoso Anderson Leonardo — a música é de Pedrinho da Flor, Gilson Bernini e Xande de Pilares. A metálica e cromada Caosmaria, direto de Taubaté (SP), lança Pé de cabra, que fala de uma pessoa atraente que se transforma, literalmente, no cão chupando manga — com direito a clipe gravado na Zona Rural de Tremembé. E como já cantamos a bola aqui no Pop Fantasma, Dom Salvador voltou à cena com o single esperançoso Não podemos o amor parar. Mais: nessa semana a banda Atalhos se une a Franco Ocampo, do projeto paraguaio El Culto Casero, e solta o single-clipe Delirios en Paraguay.
Foto Julia Mestre: Gabriel Galvani/Diculgação
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