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Jimmy Chamberlin (Smashing Pumpkins) vende tudo

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Envolvido hoje numa relação de vai-e-volta com os Smashing Pumpkins, o baterista Jimmy Chamberlin decidiu dar uma arrumação em casa e vender todo o equipamento que usou com a banda. A lojinha do batera inclui mais de duzentas peças utilizadas em estúdio e turnês. Tem kits inteiros de bateria, caixas, pandeirolas, cowbells e etc. Confira tudo aqui.

“Por mais de vinte anos, você acumula muita tralha, e não dá para usar tudo. Esses instrumentos precisam estar fora daqui, sendo utilizados”, justifica o músico, que andou se envolvendo com start-ups, criou um projeto de jazz com o saxofonista Frank Catalano e chegou a voltar aos Pumpkins em novas turnês. O músico também reativou seu projeto “solo” Jimmy Chamberlin Complex, que tinha gravado um disco em 2005 e retornou ano passado com “Paranoia”.

Aí embaixo você confere Jimmy em pessoa falando sobre as peças que está vendendo. Uma raridade é o primeiro kit Yamaha que ele usou após passar a ser patrocinado pela marca em 1991. Ele foi utilizado em várias turnês e no disco “Machina/The machines of God” de 2000. Alguns dos itens vêm com várias anotações feitas pelo músico a mão durante turnês.

E se você não ouviu (ou sequer sabia da existência de) “Paranoia”, do Jimmy Chamberlin Complex, tá aí sua chance.

Crítica

Ouvimos: Deize Tigrona, “Não tem rolé tranquilo”

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Ouvimos: Deize Tigrona, "Não tem rolê tranquilo"
  • Não tem rolé tranquilo é o novo álbum da funkeira carioca Deize Tigrona, que surgiu da ideia de fazer um EP especial para o Dia dos Namorados. “Por conta da turnê na Europa, não consegui lançar o EP, mas ainda na turnê eu escrevi Massagem“, contou ela à TAG revista, dizendo também que completou o repertório depois. A sacana 25 de abril foi, diz ela, inspirada “numa festa da São Paulo Fashion Week”.
  • Em 2009, após voltar de uma turnê, Deize começou a desenvolver depressão e se afastou da carreira, em meio a boatos. Depois foi voltando aos poucos. “A mídia criou uma história de que eu tinha medo de voar e de que eu tinha virado cristã”, contou em 2020 a O Globo.

Deize Tigrona manda bala num estilo novo de funk em seu novo álbum, Não tem rolé tranquilo: o existencialismo (altamente) sacana. Isso acontece em faixas como LSD, que mistura drogas, feminismo (“queria bater em todo homem/que tentou machucar você”), empoderamento, questionamentos pessoais (a parte em que Deize fala sobre cortar alimentos dá vontade de ouvir dez vezes). E ainda tem ele mesmo, o sexo. 25 de abril tem participação da banda neopsicodélica Boogarins, e basicamente é um funk distorcido, lisérgico e repleto de ruídos, com letra unindo fé, dia a dia de escolhas, ganhos e perdas, e sacanagem.

A faixa-título, com participação da produtora e DJ Badsista, tem batidão de dance music dos anos 1990 e uma letra que é pura filosofia de rua, num papo sobre enriquecimento, fazer o que tem que ser feito e não ficar na pista. A zoeira, sempre ela, manda bala no lado mais romântico (sério!) do álbum, no r&b Massagem (“não tem corda de alpinista/nos seus dedos eu vou voar”, cantada por ela com Larinhx) e na balada Prazer sou eu. E também no gangsta Bctinha ploc ploc e no funk anos 2000 Vilão.

Nota: 8
Gravadora: Independente.

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Crítica

Ouvimos: Elbow, “Audio vertigo”

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Ouvimos: Elbow, "Audio vertigo"
  • Audio vertigo é o décimo álbum de estúdio da banda britânica Elbow, formada por Guy Garvey (voz), Craig Potter (teclados), Mark Potter (guitarra), Pete Turner (baixo) e Alex Reeves (bateria).
  • Guy, que também é radialista da BBC, diz que a ideia do novo disco é “não refletir, mas distrair as pessoas das coisas ruins que acontecem no mundo”.
  • Em entrevista ao New Musical Express, Guy disse que a diferença entre o novo disco e o anterior, Flying dream 1 (2021) é que este “foi feito em confinamento e foi muito gentil, melancólico e baseado na vida, na infância, nas memórias e na paternidade – todas essas coisas muito saudáveis”, enquanto o novo “é baseado no groove. Ele aborda alguns assuntos bastante completos e é muito divertido também”.

Muita coisa que você escuta nos discos do Elbow resolve-se pela combinação de influências dos discos de Peter Gabriel (grande referência nos vocais do cantor Guy Garvey) com novas referências que vão sendo acrescentadas a cada álbum. Mesmo com uma influência-mor dessas, nem sempre é uma receita muito atraente. Vários discos do Elbow parecem mais com algo prestes a acontecer, mas que não decola de vez – entre as exceções, o quase-clássico Cast of thousands (2003) e o recente Flying dream 1 (2021).

Audio vertigo põe um tantinho a mais de batidas e quebradas (de bateria e percussão, mesmo) no som do grupo. Não é o disco “com groove” do qual a banda falou em entrevistas, mas Guy e seus amigos voltam mostrando que ouviram Khruangbin, Black Country New Road, Black Midi e outras bandas que unem ousadia art rock, surpresas na melodia e no arranjo, e toques percussivos. Inclusive, abriram o álbum com um estranho indie-rock-soul, Things i’ve telling myself for years, seguindo com as batidas quebradas de Lovers’ leap, e o batidão funkeado, preguiçoso e sintetizado de Balu (um dos singles, e a melhor faixa do álbum).

É impossível classificar uma banda cabeçoide como o Elbow como “dançante”, mas eles se esforçam: deixam até entrever uma batida de samba aqui e ali, como na própria Lovers’ leap e numa parte curtíssima de Very heaven, levada adiante pelo diálogo entre baixo e bateria, e por toques simplificados de guitarra. Já Her to the heart  e Knife heart respondem pelo lado mais eminentemente influenciado por Peter Gabriel e Genesis, enquanto toques de stoner, post rock e até math rock aparecem em faixas como a agitada The picture, Poker face e Good blood Mexico city. Encerrando, tem From the river, bela, dançante e misteriosa como o rio com o qual Guy conversa na letra.

Nota: 7,5
Gravadora: Polydor

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Crítica

Ouvimos: The Jesus And Mary Chain, “Glasgow eyes”

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Ouvimos: The Jesus And Mary Chain, "Glasgow eyes"
  • Glasgow eyes é o oitavo álbum de estúdio da banda escocesa The Jesus And Mary Chain, e o primeiro deles em sete anos. A banda formada pelos irmãos Jim e William Reid está completando 40 anos neste ano.
  • Por acaso Jim afirmou que o novo disco segue os mesmos métodos estabelecidos no começo do Jesus. “Basta ir ao estúdio e ver o que acontece. Não há regras”, dizendo também que os dois irmãos se entendem por telepatia e são “aqueles gêmeos estranhos que terminam as frases um do outro”.
  • Ao New Musical Express, a dupla conta que o disco novo surgiu de ajustes no som, que fizeram com que os dois quisessem usar mais sintetizadores na gravação.

O Jesus And Mary Chain é aquele tipo de banda que basta você ler sobre ela para ficar apaixonado (a) pelo som – funcionava quando todo mundo lia as resenhas dos álbuns do J&MC na antiga Bizz, mesmo sem ter dinheiro para comprar os discos. Mas depois de Honey’s dead (1992), último grande disco deles,  o Jesus se tornou uma banda que volta e meia faz discos legais, e que mantém a chama acesa até mesmo quando faz álbuns irregulares.

O mais exemplo disso foi Munki, disco de 1998, com duração de LP duplo e uma ou outra coisa dispensável – e ainda assim, brilhante. Mas a rigor não existe “pior disco do Jesus”, no sentido de que toda banda tem um disco cujas cópias ela gostaria de ver enterrado no mesmo aterro onde a Atari enterrou cópias do fracassadíssimo videogame ET – O Extraterrestre. Nem mesmo discos um tanto criticados, como Darklands (o segundo, de 1987, que deixou muita gente de nariz torcido pelo fim das microfonias e pelas baterias eletrônicas) ou Damage and joy (2017), o mais recente.

Glasgow eyes, o novo álbum, mantém a dinâmica. Não é um disco perfeito como a estreia Psychocandy ou Automatic (1990), mas cresce por causa da soma de referências e das invenções de estúdio. A onda surf music do Jesus volta mesclada com o som do Suicide em Venal joy. Já Mediterranean x Film é pós-punk sombrio lembrando The Cure. Discotheque e Silver strings são o lado synth pop do Jesus. O lado distorcido soa como se produzido e tocado por Brian Eno, como em American boy e Pure poor. E o mais inusitado é ver o Jesus emulando a introdução de I love rock’n roll, da Joan Jett, na curiosa The Eagles and The Beatles – que cita Brian Jones e Bob Dylan. Ou soando como uma banda de power pop e rock chiclete na ótima Girl 71.

Agora, quem quer a dupla Jim e William Reid apaixonadíssima por seu passado e por si própria, deve correr para jamcod, single do disco, que abre em tons industriais-eletrônicos e recorda o passado de doideira dos irmãos, com referências a cocaína e bebida (sem contar o título, uma sigla para “Jesus And Mary Chain overdose”) . Ou a balada sombria Chemical animal, que sentencia “me encho de produtos químicos/para esconder a merda obscura que eu não mostro”. Além disso, a dupla encena o próprio renascimento (e cita a si própria) na bela Second of june e homenageia o Velvet Undeground, uma de suas maiores referências, na estranha Hey, Lou Reid, que encerra o álbum.

Para citar uma banda de sucesso que nada tem a ver com o rock escocês oitentista, o Jesus não jogou fora os sonhos que seus fãs sonharam. Glasgow eyes deixa isso bem claro.

Nota: 8
Gravadora: Fuzz Club

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