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Som

Gastão Moreira homenageia Cherry (Nervochaos) no Kazagastão

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Gastão Moreira homenageia Cherry (Nervochaos) no Kazagastão

O jornalista e apresentador Gastão Moreira dividiu o palco várias vezes com Cherry Taketani, ou Cherry Sickbeat, guitarrista da banda de heavy metal Nervochaos, morta no domingo (3) poucos dias após descobrir um câncer. E era amigo dela desde a época em que Cherry era a vocalista e guitarrista do Okotô, banda paulistana dos anos 90. O apresentador subiu um vídeo para o seu canal Kazagastão, da série Hora extra, homenageando a amiga. E aproveitou para recordar a ocasião em que o Okotô foi ao Fúria metal, da MTV – apresentado por ele – para lançar o segundo disco, o pesado Monstro. Também lembrou de outra banda que Cherry teve recentemente, o Hellsakura.

Se você não tem lembrança nenhuma do Okotô, esse talvez tenha sido o maior hit deles, Give me your money. Foi bastante executado na MTV e até numa visita rápida da banda ao Jô Soares Onze e Meia.

O Nervochaos divulgou uma nota pelas redes sociais informando da morte da musicista. R.I.P.

Lançamentos

Radar: Da Cruz, Oruã, Don L., Disk Mandy, Gandeia, Bia Nogueira, Phantasme

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Radar: Da Cruz, Oruã, Don L., Disk Mandy, Gandeia, Bia Nogueira, Phantasme

Aproveitamos o Radar nacional de hoje para confessar um vício: não conseguimos parar de ouvir Aff Maria, música do disco novo do rapper Don L. O rap nacional aprontou boas surpresas neste ano, mas essa aí pode virar música do ano – e se não virar hit, vamos nos surpreender muito. Mas aqui no Radar tem mais, muito mais: os beats afro-urbano do Da Cruz, o experimentalismo do Oruã e de Gandeia… Aumente o volume! Não faltam músicas que vão definir 2025 aqui.

Texto: Ricardo Schott – Foto (Da Cruz): Ane Hebeisen/Divulgação

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DA CRUZ feat MAGUGU, “CHATA”. Mariana da Cruz vem de Campinas (SP) e faz um som que pode ser definido como música brasileira afro-urbana – vários estilos da música afro, incluindo até o baile funk brasileiro, dão as caras em suas músicas. Na hora de escolher a faixa que iria para seu novo single, ela e os músicos de sua banda (que se chama justamente Da Cruz) não tiveram dúvidas: escolheram a faixa mais dançante e a que trazia mais lembranças engraçadas.

Chata, com participação do rapper nigeriano Magugu, foi composta após a banda escutar, numa plateia em Paris, uma brasileira reclamar várias vezes que certa pessoa era “muito chata!”. Misturando o inusitado da situação com o uso na França de uma palavra bem brasileira, a música acabou saindo – e nem precisa dizer que o beat e a história não fazem jus ao título, claro. Chata adianta o primeiro álbum do Da Cruz, Som sistema, previsto para janeiro de 2026.

ORUÃ, “DEUS-DARÁ”. Depois do ótimo Passe, lançado em 2024 (e que resenhamos aqui), tem disco novo do Oruã vindo aí – Slacker, que sai em 24 de outubro pela K Records, gravadora histórica de Seattle. Originalmente vindo do Rio, o grupo hoje mistura gente do Rio e de São Paulo na formação, e ganhou ares de supergrupo, com os ocupadíssimos Lê Almeida (guitarra/vocal), João Casaes (sintetizadores), Bigu Medine (baixo) e Ana Zumpano (bateria). Deus-dará, o novo single, une protesto, psicodelia, krautrock, garage rock e tropicalismo (Gilberto Gil, em especial).

Deus-dará é sobre perseverança e a coragem de se lançar ao mundo. Estamos prestes a embarcar em mais uma turnê pela Europa e muitas emoções nos envolvem. Muitas das minhas letras são como orações. Acho que esta é mais uma daquelas letras fortes e motivadoras”, disse Lê num papo com o site The Big Takeover.

DON L. feat GIOVANNI CIDREIRA, “AFF MARIA”. Caro vapor II – qual a forma de pagamento?, novo álbum do rapper cearense Don L, foi resenhado pela gente aqui. Mas vale citar novamente a existência de Aff Maria, balanço irresistível construído em cima da batida e do arranjo de metais de Senhor dono da casa, lado-Z de 1973 de Belchior – sim, alguém revisitando Belchior e deixando de lado o “ano passado eu morri” que já virou meme. Depois de ouvir Aff Maria, você nunca mais conseguirá escutar Senhor dono da casa sem completar com “aff Don, puta que pariu” (isso aparece na faixa do rapper).

DISK MANDY, “PECADO REVELOU”. “Um trabalho que mergulha no eletropop, pop alternativo, indie e em tudo o que pulsa entre a pista e o quarto”, define Amanda Alves, a Disk Mandy, que acaba de lançar o EP Insomnia, com quatro faixas que funcionam como contos noturnos, da pista de dança, dos lugares escondidos, da madrugada. Pecado revelou, uma das faixas que não haviam sido lançadas como single do EP, é um dream funk sobre amor, sexo e paixão, unindo batidas, ação física e sonho. Daniel Cataldi fez a produção.

GANDEIA, “FANTASMAS QUE DORMEM”. Carlos Rafael, artista e escritor de Itapecerica da Serra (SP), usa o nome artístico de Gandeia, e faz de seu trabalho musical uma união de poesia, rock, música experimental, música latina e sombras do dia a dia. A música Fantasmas que dormem foi feita em 2016, quando ele ainda era adolescente, “um período onde sentimentos contraditórios eram muito presentes”, e o principal era buscar um lugar no mundo e manter a esperança. Gandeia gravou boa parte da base (violão, guitarra, percussão, vozes), com convidados tocando instrumentos como flauta, violino e violoncelo – Guilherme Braz fez os arranjos. O resultado é uma faixa delicada e cheia de camadas, que transforma confusão e esperança em beleza sonora.

BIA NOGUEIRA, “SOBRE SOLIDÃO E SAUDADE”. Entre ritmos do congado de Minas Gerais, bits eletrônicos e um clima de poesia falada, a mineira Bia escolheu essa música para falar sobre dois sentimentos que, por acaso, se intensificaram durante a pandemia. Sobre solidão e saudade foi composta até antes do isolamento, mas acabou se encaixando direitinho no repertório de Respira, seu novo álbum – que é basicamente um disco sobre desacelerar, parar, respirar fundo.

“A inspiração da música veio de uma vivência à beira-mar, durante um amor atravessado pela ausência. A canção reflete como esses afetos nos atravessam – especialmente em tempos de distanciamento”, conta Bia, que é idealizadora do o festival IMUNE, que celebra a música preta, indígena, periférica e LGBTQIAPN+.

PHANTASME, “ATEMPORAL”. Depois do single Espelho, a Phantasme chega com Atemporal, novo compacto que já ganhou clipe, dirigido por Fernando Mencocini, e cheio de sombras e luzes duras. Yuri Nishida, Fi Ricardo, Giu Canales e Denis Mendes – que passaram por bandas como NX Zero, Granada, Gloria e Vowe – gravaram tudo quase ao vivo, na base da energia da sala de ensaio. A música mistura punk, hardcore e quebras rítmicas.

A letra veio depois que Yuri assistiu a um doc sobre a vida e morte do chef e escritor Anthony Bourdain – que ele viu como um anti-herói de sua profissão. Teve a ideia de fazer uma letra curta, que falasse de legado, de quem a gente é, e o que fica.

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Crítica

Ouvimos: Lupe de Lupe – “Amor”

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O Lupe de Lupe lança Amor, disco ousado e ruidoso, que mistura shoegaze, screamo, math rock e letras com pegada de sofrência sertaneja.

RESENHA: O Lupe de Lupe lança Amor, disco ousado e ruidoso, que mistura shoegaze, screamo, math rock e letras com pegada de sofrência sertaneja.

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A banda mineira Lupe de Lupe é bastante ousada – o que significa dizer que, geralmente, eles vão na contramão dos algoritmos de forma quase suicida. O som deles é distorcido o suficiente para ser inserido na marola shoegaze que rola no rock independente atual em todo o mundo – e que já foi descoberta pelo universo midstream. Não basta distorcer o som: Amor, disco novo desse quarteto que nem Instagram tem, apresenta quatro faixas extensas (entre 9 e 12 minutos) que volta e meia chegam perto de estilos como screamo e math rock, e ainda têm evocações musicais bem diversas.

Amor é um disco desafiador. Mas vá lá que quem ouve o Lupe de Lupe ja espera ser desafiado e até afrontado – Um tijolo com seu nome, disco anterior formado por 24 minifaixas cujos títulos eram nomes próprios e cujas letras eram histórias pra lá de pontiagudas, era bem nesse estilo. No novo disco, Vermelho (Seus olhos brilhando violentamente sob os meus) até engana: parece que vem aí uma epopeia pós-punk, só que a música vai se tornando aos poucos um noise-rock, que é interrompido no meio de uma onda sonora, e ganha uma parte 2.

Se nosso nome fosse um verbo (Canibalismo como forma de amor) também vai nessa: começa mais ou menos controlada, mas a sensação é de que tudo pode sair do controle a qualquer momento – e sai, focando em tons soturnos e numa enorme letra narrada. Uma curiosidade é Uma bruta realidade (O nosso jatobá) que – pode acreditar – lembra um Guilherme Arantes shoegaze, com melodia, dramaticidade vocal e ruídos. No final, Redenção (Três gatos e um cachorro) traz um clima pouca coisa mais acessível, soando como uma faixa quilométrica de um grupo entre o grunge e o pós-punk – emanações de Interpol e Joy Division surgem aqui e ali.

Nas letras, o Lupe de Lupe fala de experiências pessoais, amores encerrados abruptamente e lembranças tristes. Aliás, Amor tem muito da sofrência do sertanejo nas letras, mesmo que involuntariamente. E mesmo quando a poesia do disco é mais crua, como em Se nosso nome fosse um verbo, que fala em “abri seu ventre, sua boca, suas pernas e seus seios” e também em “mas devo abrir meu coração / todo amor é feito pra acabar / está escrito nos livros, nas estrelas e no mar”.

Uma bruta realidade, com nome de livro da coleção Vagalume, assevera que “foi tão doce a vida a dois / a pior parte em partir / é só sentir saudade” – enquanto Redenção chega perto do sertanejo topzera, falando que “eu gosto do teu jeito, eu gosto de você / viciei no teu cheiro, teu beijo faz tremer”. Essa mistura de mágoas sertanejas e viagens sonoras ruidosas dá a letra em um dos discos mais malucos de 2025 até agora.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 9
Gravadora: Balaclava Records / Geração Perdida de Minas Gerais
Lançamento:1 de julho de 2025.

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Crítica

Ouvimos: Media Puzzle – “Intermission” (EP)

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Banda australiana inspirada em cavalo vencedor da Melbourne Cup, o Media Puzzle faz egg punk caótico e explosivo no EP zoeiro e veloz Intermission.

RESENHA: Banda australiana inspirada em cavalo vencedor da Melbourne Cup, o Media Puzzle faz egg punk caótico e explosivo no EP zoeiro e veloz Intermission.

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Haja país nessa história: existiu (e isso é sério) um cavalo de corrida norte-americano de origem irlandesa chamado Media Puzzle (1997-2006) que fez sucesso na Austrália em 2002, ano em que foi o animal vitorioso da Melbourne Cup (disputa de corrida entre puros-sangue).

A vitória do cavalo acabou até inspirando uma banda australiana, chamada (ora bolas) Media Puzzle. O MP chegou a samplear a narração do dia em que seu xará de quatro patas venceu a copa – tá na abertura do segundo disco deles, A brief history of planets, space and shit (2023). Não por acaso, as capas dos álbuns, EPs e singles deles fazem referência ao saudoso cavalo, como acontece inclusive no novo EP do grupo, o rápido e zoeiro Intermission.

O MP dedica-se a um desdobre dos três acordes chamado egg punk – estilo geralmente usado para bandeirar grupos que fazem uma espécie de releitura lo-fi do Devo. Em Intermission, essa fórmula maluca ganha um aspecto cavalar (sem trocadilho, mas se quiser, pode) e urgente, com cinco faixas que, por pouco, não soam como uma faixa só, de oito minutos.

Ignorant e Bundy vision, na abertura, são levadas adiante pelo baixo, por uma guitarra base que vai costurando a faixa, e por um beat eletrônico tão fluido que é quase samba – mas é como se o Devo e os Buzzcocks se unissem numa banda só e tentassem fazer samba. The scene leva essa vibe para um clima espacial e cheio de efeitos. Hypotension até engana na abertura, cuja guitarra base sugere um afrobeat – só que depois vem um eletropunk. How do ya feel?, no final, é um eletro-Buzzcocks, com um som de videogame que embarca na melodia e vira o tecladinho-base da faixa.

Já as letras são um compilado de frases e histórias que mais parecem coisa da série Seinfeld, como a vidinha besta de Bundy vision (“eu não vou ouvir / um político fracassado”) e Ignorant (que começa com um papo maluco sobre pirâmides e segue com “eu deveria desistir, ir trabalhar, ir para a escola, não tem graça / eu sou apenas ignorante”) e a medicina crua de Hypotension.

A falta de um assunto específico que vá além do caos e da zoeira pode ser um calcanhar de aquiles para o grupo – até porque nem sempre dá para entender de verdade quem está sendo zoado nas letras. No quesito sonzeira e explosão punk, por sua vez, o Media Puzzle soa quase como um carro-bomba em Intermission.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8
Gravadora: Impressed
Lançamento: 20 de junho de 2025

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