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Cultura Pop

O dia em que David Letterman apresentou um cover de Guns N Roses

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O dia em que David Letterman apresentou um cover de Guns N Roses

O Guns N Roses, você sabe, tá vindo aí. Tem show marcado no Rock In Rio. Mas se o grupo liderado por Axl Rose não conseguisse vir ao festival, não tem problema: era só chamar a turma da banda Mr. Brownstone, um cover norte-americano da fase áurea do Guns que na década passada ganhou grana tocando o repertório do grupo em vários palcos por aí afora – e que conseguiu uma chance de ouro em 19 de novembro de 2008, ao apresentar-se no Late Show, então apresentado por David Letterman.

Isso aconteceu quase vinte anos após o U2 Cover, aqui no Brasil, conseguir cobrar um cachê maior até que o de bandas estouradas do rock brasileiro. E, pelo menos na época, se você perguntasse pro guitarrista Dave Godowsky (que “interpreta” o Izzy Stradlin na banda), as respostas seriam meio, er, estranhas, já que ele admite que podem ter sido “a pior banda a aparecer no programa”. Olha aí ele falando da história pro site The Gothamist.

“Lembro que eu estava tomando uma dose de uísque enquanto era escoltado para tocar no palco do The Late Show com David Letterman, e um fio de cabelo da minha peruca estava preso na minha boca. Ter um cabelo preso em sua boca é bruto e irritante, mas a combinação de A) peruca e B) uma audiência iminente de milhões, pode exacerbar isso. Liguei minha guitarra, mas nenhum som saía do amplificador, a equipe de produção estava lutando. Olhei para cima desesperadamente e vi Paul Shaffer (líder da banda do programa) apenas olhando para mim, confuso. Vendo agora, percebo que sua confusão foi provavelmente menos causada pela minha incapacidade em ligar um amplificador, e foi mais a respeito da indagação: por que diabos uma banda cover de Guns n’ Roses estava tocando naquele palco?

Alguém notou que o meu amp estava no modo “standby”, apertaram o botão e tudo ficou certo com o mundo. Eu olhei para a banda, todos nós trocamos olhares. Não foi como rolou com Paul Shaffer, foi uma troca de olhares mais vertiginosa e mais bêbada. Então David Letterman nos apresentou, e fomos censurados por dizermos palavrões cinco segundos após o show.

Agora, por que colocar uma banda cover no David Letterman? Boa pergunta. Eu acho que é razoável dizer que a melhor banda cover acumula menos credibilidade artística do que a pior banda original. Nesse sentido, fomos sem dúvida a pior banda de todos os tempos a estar no palco do Letterman. Das cinco bandas cover a conseguirem isso, fomos sem dúvida a que menos impressionou. Se você consegue ser ruim nisso, você pode ir em frente ser o pior.

Então nós decidimos que a melhor maneira de ter uma banda cover do Guns N’ Roses é: usar fantasias estúpidas, não ensaiar, e sempre estar bêbado. Funcionou de alguma forma, já que conseguimos lotar lugares para mil pessoas e estivemos no Bonnaroo e no David Letterman. Isso é injusto com as bandas que trabalham duro e fazem música autoral? Sim. Isso promove uma quebra de valores e perpetua um clima negativo numa indústria que já está caindo de podre? Sim. Mas eu me arrependo de alguma coisa? Bom, sim, de certa forma. Até esqueci do que queria com isso.

De todo jeito, a turma do Late Show sumiu com este episódio e o vídeo foi tirado do YouTube da CBS.com. Agora, dou alguns fatos engraçados para os poucos de vocês que leem isso.

  • A convidada daquela noite, Katie Couric (jornalista e apresentadora norte-americana), recusou nosso convite para sair com a gente.

  • Chris Elliott, que também estava no programa naquela noite, recusou o nosso convite para tocar cowbell.

  • Colocamos microfones para todos nós e fingimos cantar. Daí fomos pagos duas vezes (você é pago pelo sindicato dos músicos e pelo dos cantores). Saímos de lá com US$ 700 no total, se você quer saber.

  • Levamos um roadie com a gente, que estava encarregado de servir uísque e dar um trato nas perucas.

  • Meus pais ainda têm essa nossa performance gravada em sua casa no Maine, mas recusam-se a falar disso”

A CBS pode ter tirado o vídeo do ar, mas quem disse que o mundo ficou privado de assistir ao Mr. Brownstone no palco do Late Show? Com vocês, a banda tocando Welcome to the jungle.

Epa. Falando nisso, olha o U2 Cover no Jô Soares Onze e Meia em 1992. Aqui também teve.

Cultura Pop

Roberto Carlos: agradecimento aos fãs e lembranças em “Eu ofereço flores”

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Roberto Carlos: agradecimento aos fãs e lembranças em "Eu ofereço flores"

Quando Roberto Carlos anunciou uma música nova chamada Eu ofereço flores, que foi cantada por ele em 19 de abril no show comemorativo de seus 82 anos – cidade natal de Cachoeiro de Itapemirim (ES) – imediatamente me veio à cabeça a antipatia de Roberto ao distribuir flores à plateia durante shows, no ano passado, quando ele chegou até mesmo a responder de maneira grosseira a um fã que testava sua paciência.

Seria uma maneira de fazer as pazes com o público, então? Talvez. Eu ofereço flores põe pela primeira vez em música um hábito que Roberto Carlos tem no fim de seus shows há anos, e que sempre tornou suas apresentações especiais para todos. Afinal, é um artista romântico que, no fim do show, oferece um presente para suas fãs mais dedicadas, em especial às fãs que têm coragem de se aventurar na frente para disputar uma das rosas com várias outras admiradoras (uma fã dele certa vez me confessou que lixava as unhas quase no formato de garras antes de ir aos shows de Roberto – e na hora de disputar as rodas, saía distribuindo unhadas nas concorrentes).

Eu ofereço flores, uma balada com belo arranjo orquestral (que ocupa o final da faixa, com direito a tímpanos para dar mais grandiloquência), é basicamente uma música feita por ele para agradecer aos fãs pelo amor e pela fidelidade durante suas seis décadas de carreira. “Eu quero agradecer/por tudo o que você/de bom me faz sentir/por tantas emoções/você me viu chorar/você me fez sorrir”, diz a letra. É uma boa surpresa para quem já estava acostumado à falta de novidades, já que se os álbuns anuais de Roberto deixaram de ser feitos em 2005, nem mesmo o hábito de lançar um single a cada ano foi adquirido pelo cantor. Aliás, o único single realmente memorável lançado por ele nos últimos tempos foi o de Esse cara sou eu, que já tem onze anos (Sereia, de 2017, feita para a trilha da novela A força do querer, não é tão brilhante).

  • E lembramos que temos um episódio do nosso podcast, o Pop Fantasma Documento, sobre a fase 1966/1967 de Roberto Carlos. Ouça aqui.

A nova música deixa um certo ar de despedida, até por ser um canção em que Roberto elenca tudo que o faz agradecer aos fãs, como se folheasse um álbum de fotografias. Será? Que seja apenas uma impressão. Para 2024, ano em que se comemora os 60 anos do bem sucedido álbum É proibido fumar, o cantor poderia se espelhar no exemplo de vários colegas mais novos, que fazem do lançamento de álbuns um acontecimento de grandes proporções, e lançar um novo disco. Sim: com doze faixas, nem que algumas delas sejam regravações.

Se o tal disco (que só existe na minha imaginação) trouxer músicas novas dele, unidas a canções novas de seus habituais fornecedores (a dupla Eduardo Lages e Paulo Sergio Valle, por exemplo), vai ser o sonho de muita gente. Os fãs merecem ser supreendidos mais uma vez por Roberto – e ninguém merece ver o maior cantor pop brasileiro de todos os tempos apenas virar meme todo final de ano com o “descongelamento” de sua imagem.

Foto: Reprodução da capa do single.

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Cultura Pop

No nosso podcast, Jimi Hendrix e o disco “Electric ladyland”

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Várias coisas que você já sabia sobre Electric Ladyland, de Jimi Hendrix

Raramente a gente faz um episódio do nosso podcast, o Pop Fantasma Documento, falando apenas de um disco – geralmente a gente escolhe uma época, uma fatia de vida de algum personagem da música. Dessa vez aproveitamos a proximidade do aniversário de 81 anos de Jimi Hendrix (ele chegaria a essa idade no dia 27 de novembro) para lembrar de um disco que não apenas é o melhor do guitarrista norte-americano, como também é um daqueles álbuns dos quais pode-se dizer que, depois dele, nada foi a mesma coisa.

No episódio de hoje, tudo o que você sabe, tudo que você não sabe e tudo que você deveria saber sobre Electric ladyland (1968), terceiro álbum do Jimi Hendrix Experience. Um disco que mudou o rock, a psicodelia, a guitarra e a tecnologia da música – num período em que a nova onda dos sintetizadores dobrava a esquina. E uma época que exigiu muito, emocionalmente e psicologicamente, de Hendrix. Ouça no volume máximo.

Nomes novos que recomendamos e que complementam o podcast: L’Rain e Julico.

Estamos no Castbox, no Mixcloud, no Spotify, no Deezer e no Google Podcasts. 

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch. Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Estamos aqui toda sexta!

Foto: Reprodução da capa do disco Electric ladyland.

 

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Cultura Pop

New Order: e o tal show de 1987 que foi parar na nova versão da coletânea “Substance”?

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Substance: relembrando a época em que New Order virou rei

Largamente pirateado por anos, e oficializado agora no relançamento da coletânea Substance 1987 com quatro CDs, o show do New Order dado em 12 de setembro de 1987 no Irvine Meadows Amphitheatre, em Irvine, Califórnia, virou uma espécie de ponto culminante da história do grupo. Pelo menos é o que diz Peter Hook no livro Substance: Inside New Order.

No show, o grupo tocou todo o repertório do álbum duplo Substance, do começo ao fim. O show está quase inteiro no CD 4 da versão nova de Substance. Faltam lamentavelmente as três últimas músicas, que eram duas versões de sucessos do Joy Division (Atmosphere e Love will tear us apart) e uma releitura de Sister Ray, do Velvet Underground. Falta também um trecho da introdução de The passenger, de Iggy Pop, tocado antes de True faith.

Durante a turnê de Substance, o grupo vinha dividindo o palco com o Echo & The Bunnymen e com o Gene Loves Jezebel, e a tour vinha sendo marcada por acontecimentos bem bizarros. O New Order tinha que se defrontar com o comportamento agressivo de Ian McCulloch (vocal do Echo), com o estrelismo do Gene Loves Jezebel e com situações-limite entre a paranoia e a comédia: o grupo ficou sem drogas no meio do giro, um integrante da equipe resolveu fazer uma encomenda ao cunhado traficante e… o pobre diabo foi pego pela polícia, com as encomendas da banda e com armas. “Ficamos convencidos de que passaríamos por uma batida policial”, disse Hook, que ainda tomou uma reprimenda da esposa de Ian McCulloch por se envolver com uma garota na turnê (o músico disse que era uma prima distante dele e ouviu: “Entendi, você beija sua prima na boca?”).

Não era a primeira vez que o New Order tocava todo o disco Substance, não. Em 3 de setembro de 1987, num show no CNE Grandstand (Toronto, Canadá), o grupo já havia feito isso, encerrando com uma versão do hit Age of consent. No caso do show de Irvine, Peter deixa claro no livro que o repertório do show surgiu de um pedido do co-empresário Rob Gretton. E diz que “foi um show tempestuoso, embora os acontecimentos anteriores significassem que foi marcado por uma grande tristeza”.

A tal tristeza a qual Peter se refere – e que tornou o show uma data especial na tour – foi que Bernard Sumner, cantor do New Order, enxergado como um sujeito difícil pelos colegas, resolveu aproveitar uma reunião que rolou antes do show para informar a todos que “queria trabalhar com outras pessoas”. Sumner acabaria de fato montando em 1988 o Electronic com Johnny Marr (Smiths), mas demoraria um pouco para esse projeto virar prioridade do vocalista. De qualquer jeito, ainda que o grupo não acabasse aí, caiu mal e o astral baixou totalmente antes da apresentação.  “Ele jogou a carta do frontman insubstituível e ganhou a banda”, reclamou Hook no livro.

NEW ORDER AO VIVO. As versões do show do Irvine Meadows surpreendem pelo caráter orgânico – até mesmo quando a banda dispara samplers e demais engenhocas – e pelos sons que tornam o New Order ao vivo um cruzamento perfeito entre punk e sons eletrônicos. Peter Hook transforma o baixo de Subculture em algo parecido com a versão original, do álbum Low life (1985). Alerta vermelho: para não rolar um corte brusco antes de True faith – por causa da supressão de The passenger – batidas a mais foram acrescentadas. Sumner dá as desafinadas costumeiras no vocal, em especial quanto tem que encarar a voz grave de Ceremony. Mas vale dizer que nada do clima baixo-astral dos bastidores pareceu vazar para o show.

Quer conferir o show como ele aconteceu de verdade (e como foi pirateado?). Tem no YouTube.

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