Som
Dadabots: black metal criado por inteligência artificial

Já ouviu falar do Dadabots? Se você já está pensando “que grupo é esse que eu nunca ouvi antes?”, calma. Apesar de eles terem lançado um CD de black metal chamado Coditany of timeless, não se trata de uma banda. É uma plataforma para artistas artificiais que, por meio do método de “deep learning”, compôs as cinco faixas do álbum. Olha aí o disco do, er, grupo para você ouvir.
E como foram feitas as faixas? A plataforma pegou as músicas de uma banda de verdade, Krallice, lançadas no disco Diotima, de 2011. Tudo foi quebrado em 3.200 pedaços de oito segundos, que serviram para alimentar a rede neural artificial. Trata-se de um sistema de algoritmos que faz simulação da rotina dos neurônios humanos, e estabelece redes de conexões que respondem a estímulos externos e internos. Nisso, a máquina utilizou um processo matemático conhecido como Cadeia de Markov para prever a próxima nota musical baseando-se apenas na atual. Resumindo, como diz o The Outline, o tal algoritmo é burro musicalmente o suficiente para não conseguir sequer ganhar uma resenha negativa na Pitchfork, mas é inteligente o suficiente para capturar a estética do som.
Tá aí o disco que foi a fonte do Dadabots nesse projeto.
Já isso aqui é um disco chamado Deep the Beatles, que mexe e subverte com tudo na obra dos quatro de Liverpool. É como se um ser humano estivesse mexendo num dial de rádio e tentando achar os sons do grupo. É outro disco, er, curioso do Dadabots.
Isso aí é o que CJ Carr, um dos criadores do algoritmo, classifica como “revolução de aprendizagem profunda na arte”, na tal matéria da The Outline. Ele diz que no começo, os sons produzidos eram “muito barulhentos, grotescos e texturizados”, mas que fazendo suposições sonoras aos borbotões – foram cinco milhões ao longo de três dias – o som começou a se parecer mais com uma banda de black metal comum.
Lançamentos
Guilherme Lamounier: single resgata versão soul-progressiva de canção dos Beatles

Muitos fãs mais recentes de Fabio Jr não devem se lembrar, mas nos anos 1970 ele apresentava um programa de TV ao lado de ninguém menos que Silvio Brito, o Aleluia, na Tupi. Era basicamente um musical, do qual volta e meia participavam outros artistas, mas no qual Silvio e Fabio também cantavam, o primeiro fazendo um estilo mais irônico, o segundo dando uma de (claro) galã jovem.
Foi de lá que veio o novo single póstumo de Guilherme Lamounier, cantando With a little help from my friends, dos Beatles, numa releitura que une soul e progressivo em doses quase iguais, com Lamounier cantando e tocando piano. Guilherme foi convidado do programa e em 1975, no palco da atração, fez a releitura dos Beatles, cujo registro ficou guardado por anos e chega só agora às plataformas.
O single foi lançado nas plataformas pelo selo Discobertas. A música foi extraída de uma fita que estava com Sérgio Van Lammeren, irmão do Guilherme, cedida na época da produção do álbum Simples – o primeiro álbum póstumo do cantor. A fita foi remasterizada por Zeca Viana e a arte foi feita pelo pesquisador Alipio Argeu, criador das contas do cantor nas redes sociais.
Recentemente saiu o single de Tudo ou nada, gravação de Guilherme feita em 1986 como tema da novela de mesmo nome, da Rede Manchete. Fabio Jr, por sinal, era amigo de Guilherme (aprendeu a cantar com ele, como muita gente afirma) e fez sucesso gravando outras canções dele, como Enrosca e Seu melhor amigo.
Lançamentos
Erasmo Carlos: single “tropicalista” com Gaby Amarantos serve de batedor para álbum póstumo

Numa mesma semana, o fã de música brasileira viu chegar às plataformas um single novo de Roberto Carlos, um single póstumo de Erasmo Carlos e um disco novo (ao vivo) de Chico Buarque. No caso do Tremendão, A menina da felicidade, novo single, anuncia um disco póstumo agendado para 2o24, feito a partir de uma busca nos acervos dele.
- Mais sobre Erasmo Carlos no Pop Fantasma aqui
Segundo o crítico musical Mauro Ferreira, a voz de Erasmo surgirá somente em duas faixas previstas para o álbum: uma delas é a própria A menina da felicidade, que teve vocais acrescentados por Gaby Amarantos. Russo Passapusso vai cantar – ainda segundo Mauro – uma parceria de Erasmo com Arnaldo Antunes. Tim Bernardees canta outra faixa. No caso da música com Gaby, a voz-guia de Erasmo foi utilizada e a de Gaby foi acrescentada depois.
A menina da felicidade é um samba-rock com a mesma cara tropicalista das gravações de Erasmo feitas entre 1970 e 1972, em discos como Erasmo Carlos e os Tremendões (1970) e Carlos, Erasmo… (1971). Os vocais de Gaby lembram bastante uma mescla de Gal Costa e Wanderléa – por acaso, a faixa foi feita para um disco de Wanderléa que acabou não sendo feito (em entrevista ao site Scream & Yell, o produtor Marcus Preto, que cuidaria do álbum, revela que o projeto não andou porque a cantora decidiu fazer um disco de chorinho). A música já ganhou lyric video.
Lançamentos
Alan James: single novo, “Sobrevivo”, com melodia pra cima e letra introspectiva

Lançando um single por vez, Alan James, cantor, compositor e músico carioca radicado em São Paulo, solta agora a balada Sobrevivo, que vai estar em seu próximo álbum. A música foi feita em 2019, quando ele ainda vivia no Rio.
“Compus ao piano, e de cara gostei que a música saiu mais pra frente, por mais que a letra fale de um amor escondido com uma mensagem de resignação. Foi uma das primeiras que gravei, e por ser uma canção mais indie rock com sintetizadores, algo novo na carreira solo, quase a lancei como o primeiro single do novo disco”, conta ele.
Alan estava fazendo uma mentoria, e decidiu, por conta disso, inverter a ordem dos lançamentos de singles – Luz da manhã saiu na frente. Apesar da felicidade da melodia, o tema da letra é timidez, resignação e amor platônico, em versos como “já não posso/viver sem te ver/sobrevivo/nos sonhos com você”.
A gravação da faixa foi feita em São Paulo (com algumas partes gravadas no Rio de Janeiro), entre 2020 e 2023. Alan cantou, fez backing vocals, e tocou baixo, piano, sintetizadores e guitarra. Dennis Guedes contribui com voz, backing vocal, violão, guitarra e bateria. Vitor Veiga está na bateria e backing vocal, Danilo Fiani na guitarra e Mário Vitor no backing vocal.
Foto: Reprodução da capa do single.
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